Docente garante que "nunca assediou ninguém pessoalmente ou através de meios digitais".
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) levantou esta terça-feira a suspensão provisória dum professor daquela instituição acusado em outubro por alunas de importunação em redes sociais, avançou esta terça-feira o diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira.
"A jurista [da Reitoria da Universidade do Porto] que fez o inquérito concluiu pelo arquivamento", avançou à Lusa o diretor da FMUP, Altamiro da Costa Pereira.
Segundo declarou Altamiro da Costa Pereira, a jurista concluiu que não havia "provas nenhumas, na prática, sobre assédio ou sobre disrupção seja na vida académica, seja fora da vida académica".
A 25 de outubro, em resposta à Lusa por mensagem escrita, o professor em questão garantia que nunca tinha assediado ninguém "pessoalmente ou através de meios digitais".
À Lusa, o grupo de alunas da U.Porto que fez a denúncia contou que o professor da FMUP as seguia nas redes sociais, colocava 'likes' (gosto) em fotos privadas, interagia com as 'stories' (histórias em vídeo partilhadas) e mandava mensagens inoportunas".
A conclusão do inquérito segue agora para o reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, que é a figura que tem o poder disciplinar para arquivar o processo.
"O processo ainda vai à Reitoria, mas acabei de levantar a suspensão do professor", disse o diretor da FMUP, acrescentando que o docente recomeça a trabalhar nos próximos dias, designadamente na vigilância de exames e orientações de teses de mestrado.
"No dia 5 [de janeiro], [o professor] já vai vigiar exames".
Questionado pela Lusa sobre se o processo termina de forma positiva, Altamiro da Costa Pereira assume que o processo "nunca devia ter começado" e relembrou que começou com uma "denúncia anónima" que "não apresentou factos suscetíveis de serem julgados por alguém de fora como configurando como qualquer crime de assédio".
"Estas coisas nunca são positivas para ninguém, a começar para o docente e pela imagem da Faculdade [de Medicina]", respondeu, reiterando que o "processo infelizmente nunca devia ter começado.
No ano em que a FMUP celebrou o seu bicentenário, o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto escreveu que "2025 foi também um ano repleto de realizações académicas, científicas e culturais.
"O balanço de 2025 -- este ano já mítico do nosso Bicentenário -- é não só francamente positivo como representa, certamente, o período de maior desenvolvimento, quantitativo e qualitativo, da Faculdade nos últimos 50 anos", lê-se no sítio da Internet da FMUP.
Altamiro da Costa Pereira assinalou também que o ano de 2025 foi "pródigo em muitas e felizes celebrações, acrescidas de pontuais e lamentáveis deflagrações que conduziram a algumas desnecessárias confrontações institucionais, resultando em danos e situações jurídicas ainda sem resolução à vista".
Nas "deflagrações", o diretor da FMUP refere-se ao caso dos 30 alunos candidatos que não tiveram nota mínima para entrar no concurso especial de acesso para licenciados, mas que receberam um 'e-mail' a informar que tinham sido aceites para o curso, sem a homologação do reitor.
A polémica do concurso especial de acesso ao Mestrado Integrado em Medicina na U.Porto veio a público em setembro, com uma notícia no semanário Expresso, onde o reitor da U.Porto denunciava ter recebido "pressões de várias pessoas influentes e com acesso ao poder" para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova (14 valores), nota essa exigida no curso especial de acesso ao Mestrado Integrado.
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