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Falhas notórias no controlo dos helicópteros Kamov

Força Aérea aponta quase 100 falhas nos procedimentos que garantem que as aeronaves operam em segurança.

12 de setembro de 2016 às 11:05

Depois da demissão do presidente da Proteção Civil, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), vem agora responsabilizar três altos dirigentes da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), pelas 99 situações de não conformidade no controlo da manutenção de cinco helicópteros Kamov.

Num documento a que o PÚBLICO teve acesso, a Inspeção-Geral da Força Aérea, concluiu que existiram "falhas notórias na esfera da gestão da aeronavegabilidade" por parte da ANCP durante os meses em que a entidade teve essa responsabilidade a seu cargo.

Um dos visados neste caso foi o diretor nacional de Recursos de Proteção Civil, que ocupou o cargo entre janeiro e outubro de 2014. Este cargo viria a ser, posteriormente, ocupado pelo major-general Grave Pereira, a quem a IGAI propõe também a instauração de um processo disciplinar por violação do dever de zelo. A IGAI aponta, ainda, como terceiro responsável o diretor de serviços de Meios Aéreos, gestor da aeronavegabilidade na ANPC.

A Força Aérea dividiu as deficiências apontadas no controlo das aeronaves em três categorias. As falhas no controlo do tempo de vida dos componentes instalados nos helicópteros representam 64 das 99 situações de não conformidade que podem comprometer a segurança do voo.

Outra das anomalias detetadas pode ter levado à instalação nos Kamov de componentes que não cumpriam os requisitos exigidos. Foram ainda detetados problemas na configuração do programa informático que regista ao pormenor todas as ações de manutenção, algo que é fundamental, uma vez que permite conhecer a real situação dos aparelhos.

Os inspetores apontam no relatório que não foi cumprido o plano de auditorias das aeronaves para o ano de 2014, levando a IGAI a concluir que existiram "falhas relevantes no sistema de qualidade" e que os três militares mostraram "alheamento total" relativamente a estas questões.

A inspeção da Força Aérea concluiu que as falhas detetadas não visam apenas os responsáveis da autoridade, mas também a empresa que fazia a manutenção dos Kamov, a Helisuporte.

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