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Família do Porto com casa inundada por chuvas intensas e subida de caudal de ribeira

Água entrou na cozinha e avariou uma arca congeladora e estragou um sofá, obrigando à retirada dos animais de estimação do local onde dormiam.

31 de outubro de 2025 às 14:55

Uma família de quatro pessoas ficou sem acesso para sair e entrar de casa por volta das 05h30 desta madrugada devido às chuvas intensas registadas no Porto que fizeram subir o caudal da ribeira da Granja.

Uma das habitantes da casa da Rua de Ramalde do Meio, localizada junto à Ribeira da Granja, freguesia de Ramalde, Ana Vieira, 31 anos, grávida de seis meses de um menino, conta à Lusa que a água entrou por volta das 05:30 desta sexta-feira.

Segundo Ana Vieira, a água entrou na cozinha e avariou uma arca congeladora e estragou um sofá, obrigando à retirada dos animais de estimação do local onde dormiam.

A mãe de Ana, Clara Vieira, de 58 anos, e que mora na casa há 37 anos, conta que "todos os anos há inundações".

"Todos os anos é isto", lamenta, referindo que "isto" acontece todos os anos por causa da subida de água da Ribeira da Granja, que está muito perto da sua residência.

Questionado pela Lusa sobre a possível razão para todos os anos ocorrerem ali inundações, Francisco Vieira, 62 anos, marido de Clara e que mora naquela casa há 40 anos, observa que a culpa está relacionada com as construções "desenfreadas", sem o cuidado de colocar coletores de água.

"A excelentíssima Câmara [Municipal do Porto] dá autorização para construções desenfreadas e esquecem-se de fazer coletores para as águas pluviais e caminha tudo para a Ribeira da Granja e isto tem de acabar", explica Francisco Vieira.

O morador conta que, quando acordou esta madrugada, "tinha metro e meio de água na entrada da casa" e não conseguia sair nem entrar de casa.

Esta manhã uma equipa dos Bombeiros Voluntários Portuenses esteve no local para drenar água durante mais de uma hora de um poço das águas pluviais.

"Agora [12:00] está tudo mais calmo. Tenho de avaliar os prejuízos", refere Francisco Vieira, nervoso e a fumar cigarro atrás de cigarro.

A Lusa tentou obter algum esclarecimento da presidente da Junta de Freguesia de Ramalde, Patrícia Rapazote, mas não foi possível até ao momento.

Contactada pela Lusa, a Câmara do Porto não quis comentar.

O mau tempo provocou na madrugada desta sexta-feira cerca de 70 ocorrências no Porto, sendo a "mais crítica" registada na Via de Cintura Interna, onde foi necessário efetuar o resgaste de uma idosa, disse à Lusa fonte da autarquia.

"Entre as 20:00 de quinta-feira e as 07:00 de hoje foram registadas cerca de 70 ocorrências, maioritariamente inundações em via pública e quedas de estruturas, sem grandes danos a registar. O pico das ocorrências registou-se pelas 06:00", explicou a fonte.

A situação "mais crítica, registou-se na VCI [Via de Cintura Interna], junto à saída da Boavista, sentido Arrábida-Freixo, onde a acumulação de água provocou a obstrução da via, com diversas viaturas afetadas".

A circulação do trânsito nos túneis das rotundas do Bessa e da AEP e no Campo Alegre, no Porto, foi reaberta por volta das 11:00, mas mantinha-se condicionada a saída da Via de Cintura Interna (VCI) para a Boavista, disse fonte da PSP.

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