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"Foi um minuto que durou horas": Há 50 anos Portugal tremeu de sul a norte

Com magnitude de 7,9, na escala de Richter, o sismo de 1969 deixou o país em alvoroço.

28 de fevereiro de 2019 às 17:37

No dia 28 de fevereiro de 1969, a terra tremeu em Portugal. Faz esta quinta-feira 50 anos que às 3h41 da madrugada, o país tremeu de sul a norte.

Com uma magnitude de 7.9, na escala de Richter e epicentro no mar, a cerca de 80 quilómetros de Sagres, na costa algarvia, o sismo fez 13 vítimas mortais.

De acordo com os registos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, duas pessoas morreram como consequência direta do abalo e as restantes 11 de forma indireta.

O Algarve e a região Lisboa foram as zonas mais afetadas na madrugada do dia 28. O impacto do sismo estendeu-se num raio de 1300 quilómetros do epicentro, sendo sentido nomeadamente em Espanha e Marrocos.

O sismo, que provocou ainda um pequeno tsunami, deixou Portugal continental em alvoroço. Disso mesmo deram conta as manchetes dos jornais da época que referem o sufoco das populações: "foi um minuto que durou horas", titulo do Diário de Lisboa. O República relatou vários testemunhos de pessoas que "tomadas de pânico" fugiram para a rua em "trajos menores".

Trabalho de parto na rua

Este, que foi o mais violento sismo registado em Portugal continental - e Europa - desde 1969 destruiu e danificou vários edifícios, desalojou várias famílias e moveu navios dos cais. Só em Bensafrim, no Algarve, a violência do abalo derrubou 20 casas. No Porto viveram-se momentos de angústia inarrável e em Alhos Vedros, na Moita, uma grávida e uma parteira fugiram para a rua a meio do trabalho de parto. 

Depois do terramoto seguiram-se várias réplicas. A que mais se fez sentir em Lisboa foi pelas 5h28 da madrugada de 28 de fevereiro.

Importa recordar que o século XX foi marcado pela ocorrência de vários sismos em Portugal. No ano de 1941, por exemplo, a terra tremeu a uma magnitude de 8,4 na escala de Richter. Em Angra de Heroísmo, na ilha Terceira, Açores, no ano de 1980 registou-se um abalo de 6,8 graus de magnitude que matou 61 pessoas, feriu 400 e desalojou 21 mil.

Ainda assim, Portugal não esquece o dia 1 de novembro de 1755. O terramoto, com uma magnitude de 8,8, foi uma catástrofe que num simples movimento das placas tectónicas deixou a baixa lisboeta num caco. Os desastres seguiam-se um após o outro, o tsunami varreu o Terreiro do Paço e D. José I viu o seu reinado por um fio.

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