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Força Aérea pretende ter seis tripulações de busca e salvamento nos Açores

Comandante da Zona Aérea dos Açores destaca a importância da Base Aérea n.º 4, na ilha Terceira.

08 de setembro de 2025 às 17:08

A Força Aérea Portuguesa prevê ter seis tripulações na esquadra responsável pela busca e salvamento nos Açores, criada em 2023, revelou, esta segunda-feira, o comandante da Zona Aérea dos Açores.

"O nosso nível de ambição é ter, no mínimo seis tripulações, de [helicópteros] EH101 [Merlin] no arquipélago", afirmou, em declarações à Lusa, o comandante da Zona Aérea dos Açores, major-general António Moldão.

No dia em que arranca o exercício avançado de busca e salvamento ASAREX, nos Açores, António Moldão, destacou a importância da Base Aérea n.º 4, na ilha Terceira, nesta área.

"O esforço operacional é muito grande. A quantidade de evacuações [médicas] e de resgates que aqui é feita é muito grande", vincou.

A esquadra 752 "Fénix" foi criada há dois anos e ainda tem algumas limitações no número de operacionais.

"Estamos profundamente cientes da relevância desta unidade aérea operacional e estamos a fazer tudo o possível para que o crescimento da esquadra 752 se consolide e ele está no bom caminho", reiterou o comandante da Zona Aérea dos Açores.

António Moldão admitiu que os recursos humanos são um desafio na Força Aérea, que não consegue evitar muitas vezes a fuga para a aviação civil.

Além disso, a formação de um piloto-comandante para os EH-101 Merlin pode demorar cerca de 10 anos.

"São recursos humanos altamente qualificados, desde os pilotos, aos operadores de guincho, aos recuperadores-salvadores. A formação de todo esse acervo humano é uma formação que leva anos", apontou.

A esquadra 752 tem atualmente apenas um piloto-comandante destacado, tendo de recorrer, por vezes, ao apoio da esquadra 751 da Base Aérea número 6, do Montijo.

"Ainda temos tido necessidade de ter pilotos-comandantes projetados do Montijo para colaborar neste esforço", reconheceu o comandante da Zona Aérea dos Açores.

"Eu próprio sou também piloto-comandante do EH-101 e faço também evacuações aeromédicas e resgates no arquipélago e dou o meu contributo", acrescentou.

Neste momento, a esquadra 752 garante "em permanência, no mínimo duas tripulações, de EH-101".

A Força Aérea portuguesa tem vindo a formar uma "quantidade significativa de novos pilotos todos os anos", mas há outras esquadras a necessitar de recursos humanos, com outras aeronaves.

"A consolidação desta capacidade aqui nos Açores está a ser feita, está a seguir o seu caminho. O objetivo é ter no mínimo seis tripulações. Havemos de o conseguir. Não estamos lá ainda, mas estamos a trabalhar para que isso aconteça o mais brevemente possível", reforçou António Moldão.

O comandante da Zona Aérea dos Açores destacou o "trabalho extraordinário" não só das tripulações como das equipas de manutenção, que permitem ter dois helicópteros em prontidão todos os dias.

"Nesta unidade, estamos a conseguir regenerar mais de 1.000 horas de voo de EH por ano. É um esforço significativo. Sensivelmente 50% das horas de voo de EH são voadas no arquipélago dos Açores", frisou.

As missões de busca e salvamento nos Açores podem ocorrer a 350 milhas de distância, demorando entre seis a oito horas, por isso é fundamental ter uma segunda tripulação preparada para avançar.

"A salvaguarda dessa tripulação é o segundo helicóptero e a segunda tripulação que está pronta para descolar caso aconteça alguma catástrofe com o helicóptero que está no ar", explicou António Moldão.

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