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Cerca de 400 operacionais de quatro países treinam busca e salvamento nos Açores até sexta-feira

Desde 2015, o exercício ASAREX é realizado anualmente nos Açores.

08 de setembro de 2025 às 16:46

Cerca de quatro centenas de militares e civis participam, desta segunda a sexta-feira, num exercício avançado de busca e salvamento, nos Açores, que junta entidades de Portugal, Espanha, Estados Unidos e Canadá.

"Para nos certificarmos de que os procedimentos instituídos são adequados a cumprir a missão pretendida, a única forma razoável é fazer o exercício que congregue essas audiências de treino a trabalhar durante uma semana num local que será a nossa área de operações se houver um acidente de grande dimensão", afirmou, em declarações à Lusa, o comandante da Zona Aérea dos Açores, major-general António Moldão.

Desde 2015, o exercício ASAREX é realizado anualmente nos Açores, com coordenação alternada entre o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo (MRCC) de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, e o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento (RCC) das Lajes, na ilha Terceira.

Este ano, o exercício parte da Base Aérea n.º 4, nas Lajes, e envolve meios aéreos de três países.

De Espanha, chegam um Super Puma das Canárias e um C-235 de Madrid, e do Canadá um C-295.

Além dos meios afetos à BA4, nas Lajes, o exercício envolve também um C-130 da Base Aérea número 6, do Montijo, e um P3 Cup, avião de longo alcance, da Força Aérea Portuguesa.

Entre militares de Espanha e Canadá, militares portugueses e norte-americanos da Base das Lajes, militares da Marinha Portuguesa e operacionais de outras entidades, estarão envolvidas diretamente no exercício "entre 350 a 400 pessoas".

Segundo António Moldão, Portugal "tem uma área de responsabilidade muito vasta", fazendo fronteira com oito países, por isso é importante envolver entidades desses países neste exercício.

O objetivo é testar a "coordenação dos meios de busca e salvamento se houver necessidade de fazer uma intervenção mais musculada, decorrente de um acidente grave com uma aeronave ou com um navio, que obrigue à colaboração de países amigos e vizinhos".

"Tendencialmente, os procedimentos que temos instituídos são sólidos e vão permitir resolver as situações que temos identificadas, mas eventualmente poderão surgir oportunidades de melhoria e elas serão introduzidas", apontou o comandante.

Durante uma semana serão testados cenários de busca e salvamento à noite, com o avião canadiano C-295, e cenários de resgate em alta altitude, na ilha do Pico, com o helicóptero das Canárias.

Estão ainda previstas missões de busca e salvamento no mar, que vão envolver também os meios navais da Marinha portuguesa, e simulacros de acidentes aéreos, com multivítimas, para treinar a coordenação com a Proteção Civil e outras entidades dos Açores.

"Os cenários foram construídos para ir ao encontro das necessidades de treino da missão primária de cada uma das unidades de busca e salvamento envolvidas", explicou António Moldão.

Para o comandante da Zona Aérea dos Açores, "a relevância estratégica do arquipélago prende-se com a geografia e ela é imutável".

"É fundamental para Portugal ter uma presença robusta da Força Aérea no arquipélago e é isso que temos estado a fazer e vamos continuar a fazer", frisou.

Independentemente da importância geoestratégica que a Base das Lajes possa ter para países estrangeiros, o arquipélago é estratégico, em primeiro lugar, para Portugal, defendeu António Moldão.

"Somos responsáveis primários pela busca e salvamento, mas somos também uma entidade essencial para o transporte de doentes entre ilhas e para o continente. Quando alguém precisa de ser extraído do mar com rapidez, só há uma hipótese de o fazer: é ir lá um helicóptero", reforçou.

Além de Força Aérea e Marinha, participam ainda no exercício GNR, PSP, Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Bombeiros da Madalena, da ilha do Pico, Atlânticoline, Escola do Mar dos Açores e Mutualista Açoreana.

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