Apesar de ser uma religião reconhecida em Portugal desde 1975, as Testemunhas de Jeová continuam a sentir-se discriminadas pela sociedade portuguesa nos contactos de rua ou nas visitas às casas das pessoas. Cerca de 15 mil Testemunhas de Jeová estiveram ontem no Estádio do Jamor, num congresso que durou três dias sob o tema ‘Como Poderá Sobreviver ao Fim do Mundo?’<br/><br/>
"Quando me converti, há cerca de 30 anos, era muito diferente de agora. As pessoas reagiam mal e até água nos atiravam para cima. Hoje ainda há pessoas que nos tratam mal", contou ao CM Isaura Caixinha, de 76 anos, Testemunha de Jeová desde 1978.
A solução, explica José Alberto Catarino, da organização do evento, passa pela compreensão. "Entendemos que no momento da abordagem a pessoa possa estar stressada e pode não ter o respeito ou a simpatia, mas entendemos que não seja nada pessoal", afirmou, esclarecendo o porquê da questão sobre o fim do Mundo: "Não estamos a falar do fim cósmico do planeta Terra, mas sim da forma como a actual sociedade está estruturada. Acreditamos que a palavra de Deus será a salvação. Não tem nada a ver com a gripe A ou com a crise financeira mundial."
Durante os três dias de congresso foram vários os assuntos abordados – como a família ou a vivência de uma forma simples. Anteontem foram baptizados 67 novos fiéis. João Pires, de 30 anos, é um candidato a Testemunha de Jeová. "Ainda sou um estudante da Bíblia, mas quero muito ser baptizado", contou ao CM, explicando os motivos que o levaram a querer converter-se à religião: "Quando tinha os meus 12, 13 anos andava na Igreja, nas Laranjeiras, e fui ter com o padre com as minhas dúvidas. Coisas como o que faço aqui na Terra ou que esperança posso ter. A resposta dele foi ‘não questiones que ainda ficas maluco’. Mais tarde conheci as Testemunhas de Jeová e obtive as respostas que precisava."
BÍBLIA PROÍBE TRANSFUSÕES
As transfusões sanguíneas são uma das questões que mais desconfiança cria fora do seio das Testemunhas de Jeová. Para José Alberto Catarino, da organização do evento, trata-se de uma questão de obediência à Bíblia: "Objectamos à transfusão total de sangue porque a Bíblia proíbe a ingestão de sangue seja ela de que forma for", explicou, justificando que "não se trata de uma atitude desinformada". "Há alternativas à transfusão de sangue, como a hemodiluição, e é isso que procuramos informar junto da comunidade médica", rematou.
"PALAVRA DE DEUS HÁ UMA"
Fiéis de todas as idades acompanharam os três dias do congresso no Estádio do Jamor. Sara Fernandes, de 22 anos, foi um deles e fala em desconhecimento das pessoas quando são abordadas pelos ‘vigilantes’: "Há sempre obstáculos quando abordamos alguém. Na maioria das vezes, não conhecem o que fazemos e não respondem da melhor forma. Quanto às diferenças, basta dizer que religiões há muitas. Palavra de Deus há uma."
PORMENORES
PÁSCOA É RITUAL COMUM
A morte de Jesus Cristo é a única celebração comum entre as Testemunhas de Jeová e os cristãos.
TRABALHO VOLUNTÁRIO
A entrada no congresso foi gratuita. Toda a logística do evento foi levada a cabo pelo voluntariado das várias congregações.
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