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Jovens do Alentejo lideram consumo de álcool e droga

Estudo do ICAD revela redução de consumos a nível nacional face a 2019, mas entre os alentejanos desceu menos e está muito acima das outras regiões.

03 de dezembro de 2025 às 01:30

O Alentejo apresenta o “panorama mais gravoso” do país no consumo de álcool e drogas entre os jovens, revela um inquérito a 11 083 alunos de escolas públicas entre os 13 e os 18 anos realizado pelo Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD). Os resultados de 2024 indicam que 42,2% dos jovens alentejanos consumiram álcool nos últimos 30 dias, muito acima das regiões Norte (26,9%), Lisboa (27,3%) e Algarve (28,4%), registando o Centro (34,9%) o segundo valor mais alto. Também no consumo de álcool em toda a vida o Alentejo destaca-se, com 68,8% (a média nacional é 58,1%), bem como no consumo 'binge' (uma grande quantidade de álcool para ficar embriagado rapidamente) com 30,2% nos últimos 30 dias, quase o dobro da média nacional de 16,9%. É também no Alentejo que os jovens mais fumam tabaco, com 17,2% a fazerem-no nos 30 dias antes do inquérito, mais do dobro dos 7,8% do Norte e muito acima da média nacional de 10,4%. Nas drogas ilícitas, em que o peso da canábis é enorme, o Alentejo ultrapassou o Algarve no consumo nos últimos 30 dias, com 5,2% a admitirem que consumiram, um ponto percentual acima dos algarvios.

Segundo o investigador do ICAD Vasco Calado, para explicar esta maior prevalência de consumos no Alentejo é preciso fazer “mais estudos qualitativos regionais”, mas “provavelmente há maior permissividade face ao álcool e tabaco na região”.

Este estudo teve início em 2003 e realiza-se em cada quatro anos (cinco anos neste último devido à pandemia de covid-19), tendo havido uma descida generalizada de consumos a nível nacional face aos resultados de 2019. O consumo de álcool caiu 11 pontos percentuais (p.p.), o de tabaco 12 p.p. e as drogas ilícitas 7 p.p.. Mas a dimensão da descida variou consoante as regiões. “A heterogeneidade aumentou muito devido ao Alentejo”, admite Vasco Calado.

O Alentejo também se destaca como a região onde o jogo eletrónico no último mês é menos prevalente, seja num dia de escola ou num dia sem escola, e bem abaixo do total nacional

Jogo a dinheiro aumenta

O jogo a dinheiro no país nos últimos 12 meses aumentou entre os jovens de 12,9% para 18,2%, em contraciclo com os outros comportamentos aditivos que desceram a nível nacional face a 2019. A subida variou entre 4 p.p. no Norte e 11pp. nos Açores. Nesta última Região Autónoma, a prevalência de jogo a dinheiro nos últimos 12 meses praticamente triplicou entre 2019 e 2024.

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