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"Senti uma revolta muito grande quando vi que me roubaram os capões"

Foram roubados 215 capões de terreno agrícola em Freamunde e uma máquina de depenagem

23 de outubro de 2025 às 10:16

Bruno Rodrigues era um homem desolado, esta manhã de quinta-feira, depois de se deslocar ao terreno agrícola, onde todos os dias se desloca com o irmão, para tratar dos 215 capões que criou e trata com carinho e afeto. Ao chegar viu o portão aberto. Inicialmente, pensou que teria sido o irmão que lá foi, mas depois confirmou o pior, quando viu a rede - que separa o terreno do local onde os animais ficam durante a noite - cortada. Nem um lá estava. É criador de capões há mais de 20 anos. Tem 42, não é este o seu trabalho, mas faz da criação de capões passatempo, um passatempo que lhe rouba tempo para outras coisas, até para estar com a família. 

Esta quinta-feira, o mundo caiu-lhe aos pés e, olhando para o que lhe aconteceu, questiona se vale a pena.  "Senti muita revolta. Não dá vontade de seguir em frente. Gostava de incentivar novas pessoas, jovens a criar também capões, mas não dá muita vontade de andar para a frente", disse, ao CM, com voz embargada e lágrimas a escorrer cara abaixo. 

Se continuar, vai ter um cuidado maior, vai colocar câmaras e tentar de tudo para que lhe façam um seguro, porque, como diz o ditado, "casa assaltada, trancas à porta". 

À dor do criador - que divide o trabalho com o irmão - juntou-se o representante da Associação de Criadores de Capões de Freamunde que tem naquele terreno uma sala de abate dos animais e de onde, foi também levada uma máquina de depenagem, no valor de dois mil euros. João Paulo Carvalho fala "num prejuízo enorme para o amigo". "Estamos a falar de 215 animais que no nosso meio e na nossa ação que temos é desgostoso chegar aqui de manhã e não ficar nem um exemplar, é muito triste", lamentou.

No local, esteve também, o Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira Paulo Ferreira, e o Vereador da Cultura, Júlio Morais. A pouco mais de um mês da Semana Gastronómica do Capão, o vereador  fala em milhares de euros de prejuízo. "É uma tristeza muito grande para o nosso concelho e para Freamunde, em especial. Deixa-nos muito abalados este roubo, a um mês e meio da realização do nosso ex-libris que é o 'Capão à Freamunde'. Do ponto de vista económico, estamos a falar de um prejuízo para o concelho, para o criadores, para os restaurantes e para todos os envolvidos, um prejuzo que pode ascender entre os 50 e os 70 mil euros", revelou o vereador Júlio Morais.

A GNR foi chamada. Durante a manhã, no local estiveram também elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR que estão agora a investigar o caso.

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