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Marcelo: "Greve dos motoristas deve utilizar os meios mais adequados para que os fins tenham sucesso"

Presidente da República reagiu à greve prevista sem se pronunciar sobre "questões concretas".

06 de agosto de 2019 às 16:57

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou esta terça-feira aos jornalistas sobre a greve dos motoristas prevista para o próximo dia 12 de agosto.

Na sua intervenção, não se pronunciando sobre "questões concretas", Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que acompanha há muito tempo "a problemática dos motoristas de mercadorias". O presidente recordou a viagem que fez de camião do Porto a Lisboa e referiu ter tomado conhecidos "de algumas questões e queixas a que prestei atenção".

"Como tenho por princípio não comentar processos individuais, vou dizer o que devo dizer em abstrato", disse o presidente relativamente ao tema em questão.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por mencionar que "primeiro, o direito à greve é um direito que a constituição e a lei prevê. Segundo, esse direito é um direito que para ser eficaz deve utilizar os meios mais adequados para que os fins tenham sucesso". Para o presidente, é importante existir "uma ponderação permanente entre aquilo que se quer realizar e os sacrifícios impostos a outros membros da comunidade".

Rebelo de Sousa diferenciou ainda dois tipos de greve. "Uma coisa é uma greve que é vista como dirigida contra os patrões ou contra os patrões e o Estado. Outra coisa é uma greve vista como sendo contra os patrões, o Estado e os portugueses". Quando isso acontece, "se de repente há, na sociedade, um sentimento, uma reação de se sentir refém da luta, deixa de se identificar com a luta. E aqueles que prosseguem fins legítimos e justos, passam a ter contra si, não o patronato e o Estado, mas a generalidade dos portugueses", explicou o Chefe de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa fez assim esta terça-feira uma análise geral à greve dos motoristas prevista para a próxima segunda-feira. O Presidente da República disse também que "é sempre uma pena quando havendo boas razões a defender, essas razões são perdidas ou comprometidas por causa do excesso de meios utilizados".

"Quem promove lutas laborais deve procurar, em cada momento, o melhor meio para conseguir o objetivo. E o melhor meio, até se esgotar, é o do diálogo, da mediação, de tentativa de convergência de pontos de vista. Sobretudo se se perceber que, a não seguir esse caminho, a reação da sociedade é muito negativa", finalizou Marcelo Rebelo de Sousa.

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