A edição de hoje
Maria do Couto Maia, nascida a 24 de Outubro de 1890, ano do Ultimato Inglês, é a mulher mais velha de Portugal e a sétima “supercentenária” do mundo. Aos 113 anos, praticamente cega e surda, esta gaiense, da freguesia de Grijó, tem notórias dificuldades para falar desta proeza que faz dela a pessoa mais idosa do país.
Afinal, o seu presente é atravessado por figuras e acontecimentos do passado que persistem na sua memória.
“Tinha uns 19 anos, quando assisti a uma visita de D.Manuel II a Espinho, para inaugurar a fábrica de conservas Brandão Gomes. As pessoas gritavam viva o rei, viva o rei”, recorda ajudada pela amiga Elisa Oliveira.
Passados perto de dois anos, conheceria o homem da sua vida, com quem teria oito filhos, na sua maioria já falecidos. Os pais não aceitaram o marido e “puseram-me na rua com a roupa do corpo”.
“A Minha mãe teve de labutar muito. Enviuvou aos 50 anos. Trabalhou na lavoura até aos 100. É o segredo da sua longevidade”, diz a filha Rosa Lopes Couto, 73 anos.
Apesar da idade, a anciã come de tudo, dorme tranquila, e só há um ano deixou de andar, depois de ter ferido uma perna com água a ferver. “Ela chegava a ir ao Porto a pé. Ainda é do tempo em que se pagavam cinco réis na portagem da ponte Luís I”, lembra a filha. Acreditando que a avó vai chegar aos 114, os sete netos,5 trinetos e 11 bisnetos já preparam a festa.
Portugal tem duas mulheres no “top 10” das mais idosas do mundo: Maria do Couto e Catarina Guerreiro, que fez 113 anos na semana passada.
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