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Matam pai à martelada e facada para proteger mãe. Corpo foi escondido em armário da casa de família

Dois irmãos, de 21 e 24 anos, entregaram-se à Polícia Judiciária.

03 de maio de 2025 às 01:30

Dois homens, de 21 e 24 anos, mataram o pai, de 58, à martelada e à facada, na casa da família, na zona das Laranjeiras, em Lisboa. O crime ocorreu na madrugada de terça-feira e os filhos homicidas entregaram-se à Polícia Judiciária (PJ), garantindo que queriam defender a mãe das agressões do pai que mataram.

A confissão ocorreu na quinta-feira. Na companhia de um advogado, os irmãos deslocaram-se ao piquete da PJ, na Rua Gomes Freire. E explicaram que recorreram à violência após terem assistido a agressões físicas e verbais contra a mãe. A descrição do homicídio, ocorrido na casa da família situada na Rua Lúcio de Azevedo, foi pormenorizada. A primeira agressão foi feita com um martelo de nylon, usado em trabalhos de carpintaria. Um dos irmãos disse ter usado o objeto para bater na cabeça do pai. Momentos depois, o outro jovem confessou ter entrado no quarto, onde a mãe de ambos estava a ser agredida e ameaçada, e usou uma faca para golpear o pai. A morte do homem concretizou-se e os dois filhos decidiram esconder o corpo num armário da casa. A mãe, segundo ambos, assistiu ao crime e à ocultação do cadáver do marido.

Só dois dias depois é que surgiu a decisão, tomada em família, de confessar o crime. Os inspetores da secção de homicídios da PJ de Lisboa ouviram o relato do crime macabro e avançaram para buscas na habitação indicada. O cadáver da vítima estava, efetivamente, no local indicado pelos filhos. Após a realização de perícias no local, o corpo foi transportado para o Instituto de Medicina Legal, onde será autopsiado. No apartamento, apurou o CM, foram ainda apreendidas as duas armas do crime. Confirmado o relato feito pelos dois jovens, ambos foram formalmente detidos. Interrogados, esta sexta-feira à tarde, por um juiz de instrução criminal, ficaram ambos em prisão preventiva.

O nosso jornal apurou que pelo menos a PJ atribui veracidade ao relato dos dois jovens. Já foram inquiridas testemunhas que comprovam a violência doméstica que a vítima do crime praticava, com frequência, contra a mulher.

E TAMBÉM

Investigação

João Oliveira é o diretor da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária. Foi sob sua coordenação que, a partir de quinta-feira, depois de ter sido recebida a participação do crime pelos dois autores confessos, se iniciou uma série de diligências de investigação. Comprovado o óbito e o crime, os dois irmãos foram detidos.

Arguida

O Ministério Público constituiu arguida a mãe dos dois detidos e mulher do homem assassinado. A mesma nada fez para travar a morte do companheiro e não denunciou que o cadáver do mesmo foi escondido pelos filhos.

Descartado plano

A Polícia Judiciária descarta, para já, a existência de qualquer plano dos dois detidos para assassinarem o pai, mesmo perante a violência doméstica.

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