Multiplicam-se as ocorrências na região, com estradas cortadas e uma casa que ruiu.
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Queda de granizo no Funchal
A ilha da Madeira está a ser fustigada por um forte temporal esta sexta-feira, dia de Natal. O mau tempo causou inundações e estragos avultados em várias casas, o que levou a que a fossem retiradas de suas casas cerca de 27 pessoas, adiantou o presidente da Câmara da Ponta Delgada ao início da noite. O autarca garante ainda que "não há danos pessoais a registar" e que, até ao momento, ninguém tinha ficado ferido.
Segundo afirmou o autarca, estas pessoas foram retiradas das suas habitações por "precaução", sendo que 20 são da Ponta Delgada e sete de Boaventura. Ficarão em casa de amigos e familiares "até a situação estar resolvida", ou seja, até que os operacionais dos bombeiros e Proteção Civil possam terminar os trabalhos de limpeza dos destroços, pedras e lama arrastados pela força das águas.
Chuva, vento e granizo na Madeira causam inundações e estragos. Pelo menos 27 pessoas retiradas de casa
O responsável da Proteção Civil regional adianta que se verificou "um fenómeno de precipitação extremo" e que os trabalhos de desobstrução de vias só deverão terminar na manhã deste sábado, por "questões de segurança". De acordo com o responsável, há registo de carros arrastados pelas inundações, mas serão "poucos".
Estão a avançar trabalhos de desobstrução nas estradas regionais 211 e 220, bem como no acesso ao túnel Eng.º Duarte Pacheco, mas apenas poderão ficar concluídos no sábado, tendo em conta as limitações de proceder às operações durante a noite. Durante a noite um dos muros do cemitério da Ponta Delgada, que ficou alagado pela chuva, acabou por ruir.
Questionado sobre se a freguesia da Ponta Delgada deixará de ficar isolada esta noite, João Fino respondeu afirmativamente, mas sublinhou que o rescaldo só pode ser feito no sábado.
"Continua a chover, amanhã de manhã é altura de fazer o rescaldo. Iremos desobstruir o que conseguirmos durante a noite", afirmou o secretário regional, apelando para que as pessoas permaneçam em casa, apesar de o tempo estar a melhorar.
Também José António Garcês remeteu para sábado uma avaliação mais precisa dos estragos, referindo que a prioridade é "pôr as vias transitáveis" e que, depois da limpeza, os residentes retirados poderão voltar a casa.
"Os carros arrastados são poucos. São os que estavam nas vias, foram alguns", afirmou, ainda sem ter um número exato de viaturas danificadas.
Para que os meios de socorro e segurança possam circular sem restrições, referiu, o túnel entre a Fajã da Areia e Ponta Delgada foi interrompido.
Segundo o Jornal da Madeira, as fortes chuvas que se fazem sentir na zona norte da Madeira, em especial nas localidades de Ponta Delgada e Boaventura, já causaram inundações em estradas e casas, com avultados danos materiais registados.
Cemitério inundado em Ponta Delgada na Madeira devido à chuva intensa
O mau tempo parece não dar tréguas na região que, pelas 17h00 foi palco de forte queda de granizo na cidade do Funchal. Nas redes sociais multiplicam-se as publicações de espanto de quem foi surpreendido pela queda de gelo na ilha.
As inundações que se fizeram sentir deixaram muitas pessoas encurraladas dentro das próprias casas e obrigadas a recorrer aos bombeiros. Há relatos de estradas cortadas devido ao seu alagamento.
Ao CM, um turista portuguesa de férias ficou presa num túnel em S. Vicente da Ponta Delgada após uma derrocada, durante várias horas. Há pelo menos mais sete pessoas que ficaram presas no túnel que liga Boaventura a Ponta Delgada e que continuavam no local ao final da noite desta sexta-feira. Há também várias pessoas que ficaram isoladas em casa e sem forma de sair devido às inundações. Ao CM, um morador relatou que a mãe, idosa, estava nesta situação e à espera de ajuda.
Ponta Delgada viveu uma "tragédia", diz autarca
presidente da Junta de Freguesia da Ponta Delgada, no concelho de São Vicente, na Madeira, classificou de "tragédia" as consequências das chuvas que assolaram a localidade, provocando inundações, transbordo de ribeiros, danos nas estradas e residências.
"E, agora, temos de esquecer este dia de Natal", disse Miguel Freitas à Lusa, salientando que "parece que a situação [tempo] vai ficar estável, pelo menos, é o que se espera".
Para o autarca, "a situação agora é de limpeza e aguardar que as máquinas façam o seu trabalho e minimizar alguma hipótese de as coisas correrem mal".
"Só amanhã [sábado] vamos fazer o rescaldo desta tragédia que, para mim e como autarca, classifico de tragédia", referiu.
"As ruas praticamente ficaram intransitáveis, só agora estamos a fazer os trabalhos de limpeza, sei que há muitas casas que ficaram danificadas mas, felizmente, não tivemos perdas humanas, pelo menos, até agora não há qualquer informação nesse sentido e os danos foram apenas materiais", sublinhou.
Para Miguel Freitas, as chuvas, que tiveram o período mais crítico entre as 15:00 e as 18:00 horas, "não foram absorvidas pelos solos e os ribeiros não conseguiram dar vazão à imensa água e transbordaram para outras vias".
Estradas, moradias, cemitério e a zona da igreja foram, para o autarca, os locais mais afetados pelo temporal.
"A zona da Primeira Lombada está isolada, não é conveniente transitar, mas as pessoas estão seguras, estão bem e não há a reportar qualquer dano humano", observou.
Miguel Freitas salienta ainda que as máquinas da Câmara e da Direção Regional de Estradas já estão a trabalhar e "agora é esperar para amanhã [sábado] e ver então os reais prejuízos".
Aviso na Madeira devia ter sido vermelho, diz Observatório Meteorológico
O diretor do Observatório Meteorológico do Funchal admitiu que o aviso emitido para a Madeira devia ter sido vermelho e não amarelo, mas frisou que se tratam de previsões, pelo que são falíveis.
Victor Prior falava à Lusa a propósito do temporal que hoje caiu na zona de Ponta Delgada e Boaventura, causando inundações e enxurradas, e que levou à retirada de 27 pessoas de casa por precaução.
O responsável defendeu que os avisos são emitidos "em termos de previsão e da observação" e que outra coisa "é depois de acontecido".
Face à quantidade de precipitação registada em alguns locais, Victor Prior reconheceu que deveria ter sido vermelho.
Mas isto "depois do que efetivamente aconteceu e foi registado, porque os avisos são para avisar e não para dizer o que já aconteceu", frisou.
O diretor do Observatório Meteorológico do Funchal disse ainda à Lusa que as condições meteorológicas na Madeira melhoraram "bastante", uma vez que a quantidade de precipitação diminuiu "bastante" a partir das 21:30, sensivelmente.
"A quantidade de precipitação já foi muito mais baixa na última hora pelo que a situação, à partida, tem tendência a melhorar, agora já melhorou muito", afirmou, acrescentando que zero milímetros foi a precipitação quase em todo o lado.
"Na bica da Cana foi 0,1 milímetros; no Pico do Arieiro 0,5, em São Vicente 0,7 [contra 39 às 18:00] e Porto Moniz 10,5 milímetros [contra 161]", explicou.
Presidente da Junta de Ponta Delgada fala em "dezenas" de desalojados e lança apelo: "Por favor, ajudem-nos!"
O presidente da junta de freguasia de Ponta Delgada, onde há registo de várias inundações adianta que já várias pessoas tiveram que ser evacuadas de suas casas e lançou um apelo desesperado. "Se houver alguém que nos possa ajudar, por favor, ajudem-nos", afirmou ao Diário de Notícias da Madeira.
Miguel Freitas alerta ainda que uma casa ruiu (estaria desabitada) e que as inundações fizeram cerca de "uma dezena" de desalojados. Entretanto, e com o presidente da junta de freguesia de Ponta Delgada, adianta que vai ser montado um "gabinete" de crise na sede da Associação Desportiva e Recreativa local.
Concelho de São Vicente fortemente afetado
As fortes chuvas que estão a cair no norte da Madeira, em particular no concelho de São Vicente, estão a provocar inundações em estradas e residências e já causou algumas derrocadas, revelou o presidente da autarquia, José António Garcez.
"Há várias situações que estamos a acudir", disse o autarca, adiantando que as zonas mais penalizadas são Ponta Delgada e Boa Ventura, onde já ocorreram transbordo de ribeiros, lamas e algumas derrocadas.
As más condições atmosféricas também têm estado a atingir o concelho de Santana, onde uma derrocada condicionou o trânsito entre o Arco de São Jorge e as Cabanas.
Trovoada, chuva e queda de granizo tem marcado o dia de Natal em grande parte da Madeira, excetuando a ponta oeste da ilha.
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