Caso remonta a 29 de maio de 2022, quando Rui Mendes foi agredido por um grupo.
O Ministério Público (MP) acusou cinco homens de tentativa de homicídio de um jovem, de 24 anos, agredido com violência junto a uma discoteca em Fafe, distrito de Braga, em maio de 2022, na sequência de desentendimentos.
Segundo a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso esta sexta-feira, dois dos cinco arguidos, todos de nacionalidade brasileira, com idades entre os 20 e os 36 anos, estão em prisão preventiva, enquanto outros dois elementos do grupo colocaram-se em fuga para o Brasil e para os Países Baixos, desconhecendo-se os paradeiros, tendo as autoridades emitido mandados de detenção.
Uma sexta arguida vai responder por três crimes de ofensas à integridade física.
O MP conta que, naquela madrugada de 29 de maio de 2022, o grupo constituído pela principal vítima, Rui Mendes, e por mais um jovem e duas jovens, dirigiu-se à discoteca Mamma Mia, em S. Gens, Fafe, onde já se encontrava o grupo dos seis arguidos - Igor Sales Maia, Wandson Sales Modesto, Weverton Lopes, Davi Lima Oliveira, Dieisson Souza de Oliveira e Jayna Jade Pacheco e Pacheco.
A acusação relata que um dos arguidos, "que tinha já mantido um relacionamento amoroso" com uma das mulheres que estava no grupo de Rui Mendes, "dirigiu-se à mesma e abordou-a", tendo a vítima respondido: "'baza' daqui, não queremos problemas".
De seguida, um dos outros arguidos "puxou o cabelo" da outra jovem que acompanhava o grupo da vítima e, ato contínuo, a arguida "desferiu-lhe um murro, o que provocou a sua queda", tendo, nesse momento, os seguranças do estabelecimento de diversão noturna "conduzido todos os elementos do grupo" dos arguidos para o exterior da discoteca, enquanto o grupo da vítima se manteve no interior.
O MP refere que, cerca de 30 minutos depois, por volta das 05h45, o grupo de Rui Mendes abandonou a discoteca e, já na via pública, aguardavam-nos o grupo dos arguidos "para se vingarem".
O despacho de acusação descreve as situações das várias agressões levadas a cabo pelos arguidos contra os quatro jovens, como "puxões de cabelo, murros e pontapés em todo o corpo".
A principal vítima, "que segundos antes havia sido empurrado para o chão" por um dos arguidos, "levantou-se e tentou afastar os arguidos que se encontravam a agredir" outro dos seus amigos.
"Face a esta intervenção, os arguidos pararam de imediato de agredir Hugo Fernandes, voltando-se antes para o assistente Rui Mendes, desferindo-lhe violentamente murros e pontapés na cabeça e no corpo, perseguindo-o de cada vez que o mesmo lograva levantar-se do chão e tentava fugir", lê-se na acusação.
Rui Mendes, que se constituiu assistente no processo, conseguiu afastar-se, por diversas vezes, dos arguidos, os quais continuavam a persegui-lo.
"Ato contínuo e em conjugação de esforços, o arguido Weverton Lopes desferiu um pontapé e o arguido Davi Lima Oliveira um murro no assistente, fazendo-o cair desamparado no chão, continuando os mesmos a pontapeá-lo e a desferir murros na cabeça, não obstante a queda", descreve o despacho de acusação.
"Apesar de muito combalido" o jovem "conseguiu levantar-se, encostou-se a um veículo que se encontrava estacionado na rua, sendo aí novamente agredido com um pontapé violento na cabeça desferido pelo arguido Weverton Lopes e um outro pontapé desferido pelo arguido Igor Sales".
"O arguido Igor Sales, que usava um polo de cor vermelha, continuou a esmurrar a cabeça do ofendido. Ao mesmo tempo, apesar do precário estado de saúde do assistente, que se encontrava deitado do chão, o arguido Wandson Sales Monteiro, que usava uma camisola azul com o símbolo da seleção do Brasil, desferiu-lhe mais um murro na cabeça", sublinha a acusação.
O MP sustenta que "em consequência direta e necessária da conduta" dos cinco arguidos, Rui Mendes "sofreu um traumatismo cranioencefálico e um traumatismo maxilofacial, ambos graves, tendo sido submetido a cirurgia de urgência, na especialidade de neurocirurgia, e colocado em situação de coma induzido".
O jovem esteve mais de quatro meses para recuperar das lesões, mas ficou com sequelas como uma "cicatriz permanente".
Igor Sales Maia, Weverton Lopes (estes em prisão preventiva), Davi Lima de Oliveira e Dieisson Souza de Oliveira (em parte incerta) e Wandson Sales Modesto (em liberdade, mas proibido de sair do país) vão ser julgados pela coautoria de homicídio qualificado, na forma tentada, e por vários crimes de ofensas à integridade física qualificada.
O julgamento vai realizar-se no Tribunal de Guimarães, devendo arrancar em abril.
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