O mês de Agosto é sempre fatal nas estradas do País, um dos que regista mais mortos de Norte a Sul – e, este ano, a avaliar pelos dados da primeira quinzena, os números poderão ser ainda mais trágicos. Se em 2008 morreram 90 pessoas em todo o mês de Agosto, este ano, só até ontem, um total de 63 pessoas já tinha perdido a vida.<br/><br/>
Enquanto no ano passado morreram, em média diária, mais de duas pessoas (2,1); no primeiro semestre deste ano registou-se um pequeno decréscimo (1,8). Mas o mês de Agosto, que é por regra um dos piores do ano, com quase três mortos por dia (2,9) em 2008, ameaça agora ser ainda pior, já que até ontem estava próximo das quatro vítimas mortais por dia (3,8).
O fim-de-semana que ontem terminou, por norma um dos mais complicados do ano em matéria de trânsito – pela mudança de quinzena, quando muitos portugueses, incluindo os emigrantes, regressam ou partem de férias –, registou até às 21h00 oito vítimas mortais. Os números de sábado confirmam que o muito tráfego se traduz em mais acidentes e vítimas: a GNR registou 292 acidentes, de que resultaram cinco mortos, 13 feridos graves e 106 ligeiros. Ontem, houve registo de mais dois mortos.
"Foram dois dias de muito movimento rodoviário em quase todo o território nacional", confirmou o major Rui Barreiros, do Comando--Geral da GNR. Ao final da tarde, as situações mais complicadas ocorreram na saída do Algarve em direcção à A2; nas vias da zona da Costa de Caparica e nos acessos – Norte e Sul – a Lisboa. No Centro, a A25 apresentou "forte movimento" em direcção à fronteira de Vilar Formoso. "Milhares de emigrantes escolheram o dia de hoje [ontem] para regressar aos países onde estão estabelecidos", segundo um elemento do destacamento de Trânsito da GNR da Guarda, salientando que, apesar de intenso, "o trânsito fluiu com alguma rapidez e sem registo de acidentes".
PORMENORES
LISBOA
Apesar de muitos portugueses terem terminado ontem as férias, não houve grandes complicações nos acessos a Lisboa. Ao fim da tarde a situação estava "muito calma" na área metropolitana, segundo revelou uma fonte da PSP.
VISEU
O trânsito em Viseu esteve ontem um caos por causa do contra-relógio da Volta a Portugal em Bicicleta. A prova obrigou ao corte de muitas entradas da cidade, o que originou filas. Estima-se que tenham estado na sede de distrito 70 mil pessoas.
ALGARVE
A região do Algarve registou uma grande entrada e saída de veículos, mas, apesar da intensidade do trânsito, não houve problemas de maior. A GNR contabilizou até às 19h30 três acidentes, dos quais resultou um ferido ligeiro.
TRAGÉDIA EM ANSIÃO E AVEIRO
lUm motard de 48 anos foi a primeira vítima mortal de ontem nas estradas, ao despistar-se com uma moto de grande cilindrada no IC3, em Chão de Couce, Ansião. O acidente deu-se às 09h16 e os bombeiros pensam que a vítima regressava da concentração motociclista de Góis. O motard, que residia em Águas Belas, Ferreira do Zêzere, foi encontrado a dez metros de distância do veículo de duas rodas.
"Ainda tentámos a reanimação mas sem sucesso", disse ao CM António Marques, comandante dos Bombeiros de Ansião. Ao final da manhã, às 11h50, em Granja do Baixo, Oliveirinha, nos arredores de Aveiro, o despiste de um veículo ligeiro provocou a morte a um homem de 79 anos. Em Tinalhas (Castelo Branco) e Paçô (Moimenta da Beira), dois acidentes provocaram cinco feridos.
"FIM DA BT CONTRIBUI PARA MAIS SINISTRALIDADE" (Manuel Ramos, Associação de Cidadãos Automobilizados)
CM – Os turistas e os emigrantes contribuem para o aumento da sinistralidade?
Manuel João Ramos – Sim, mas não justificam tudo. A instabilidade social, o preço do combustível e a desactivação da BT-GNR também contribuem, e muito, para o aumento dos acidentes.
– Em que medida?
– Os militares andam revoltados e desmotivados. Os condutores percebem que os comportamentos de perigo podem ficar impunes e praticam-nos à vontade.
– Em Agosto já morreram nas estradas mais de seis dezenas de pessoas. Qual o significado destes números?
– Confirmam a derrota das campanhas genéricas do Governo para a segurança rodoviária. Não passam de propaganda e de um conjunto de boas intenções que não dão resultados positivos.
– Mas o MAI diz que a sinistralidade diminuiu ...
– Pois, a GNR pela via administrativa transformou uma colisão em ocorrência...
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