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Pintora vítima de violência doméstica pede para que "vigiem os agressores"

Mulher apela a mais pulseiras para os suspeitos de agressões em contexto familiar.

18 de dezembro de 2017 às 08:28

A jovem pintora Francisca de Magalhães Barros, 27 anos, vítima de violência doméstica com vários processos a correr no tribunal de Cascais, volta a dar a cara para criticar a ineficácia do dispositivo que a justiça lhe pôs à disposição, a ela e a outras mulheres - que as localiza por GPS e tem um botão para premir, caso o agressor se aproxime, acionando um alarme na esquadra de polícia mais próxima.

"De que nos serve ter um botão para carregar quando, mesmo que tenhamos tempo para o premir, já podemos estar mortas quando a polícia chegar?", pergunta.

"É preciso agir já. Não podemos ser as subservientes presas nas (in)soluções da justiça. Nós, vítimas de um crime familiar catastrófico, precisamos que nos garantam mais. Diariamente lutamos pelo ar que respiramos no contexto da violência doméstica. A justiça tem de parar com os papéis invertidos e tirar-nos a prisão do nosso estatuto. Estou acorrentada a um dispositivo".

E propõe: "Deverá ser o agressor a carregar no tornozelo o peso que nos acorrenta" - referindo-se às pulseiras eletrónicas dos agressores, que, segundo a vítima, são pouco aplicadas pelos tribunais.

PORMENORES

18

mulheres foram mortas, e 23 foram alvo de tentativa de homicídio por parte dos respetivos companheiros. Os números são da União de Mulheres Alternativa e Resistência (UMAR), relativos ao período entre 1 de janeiro e 20 de novembro deste ano.

Relações de intimidade

Ainda segundo a UMAR, cerca de 72 por cento dos homicídios, consumados ou tentados, de mulheres, ocorrem no seio de relações de intimidade com os agressores, e mesmo após o final das mesmas.

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