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Polícias presos por corrupção

Três agentes da PSP recebiam de empresários vinho, queijos, dinheiro e calçado.

31 de janeiro de 2015 às 19:55

Não é um dia feliz para vocês. Tinham trabalho e, por isso, estavam melhor do que muitas outras pessoas que não têm trabalho e levam uma vida lícita." Foi desta forma que o juiz se dirigiu aos três agentes da PSP que ontem foram condenados por corrupção.

O tribunal deu como provado que Eusébio Canilho e José Nóbrega – condenados, respetivamente, a quatro anos e três anos e meio de prisão efetiva – e João Gomes (dois anos com pena suspensa) cometeram diversos crimes de corrupção passiva para ato ilícito e recebimento indevido de vantagem.

‘O inimigo vai andar no terreno’; ‘esta semana há aí uma trovoada’ e ‘perigo’ são apenas três das mensagens escritas que os agentes da Divisão de Armas e Explosivos da PSP enviavam a empresários para avisá-los de fiscalizações em pedreiras, empresas de pirotecnia e armeiros. Em contrapartida recebiam queijos, vinhos, dinheiro e calçado de vários empresários.

"Foi grave o que fizeram, ainda mais por serem agentes da polícia. É verdade que passavam algumas dificuldades. Quando se dirigiam ao Norte em trabalho, apenas recebiam 31 euros por dia para comer e dormir, e muitas vezes só era pago após seis meses (...), mas há sempre outras soluções para os problemas", considerou o juiz Pedro Cunha Lopes, deixando, porém, uma crítica ao Estado: "Não paga às pessoas, trata-as mal e deixa-as numa situação económica difícil."

Além dos polícias, um empresário foi ilibado dos crimes que lhe eram imputados e um outro condenado a pagar uma multa. Os agentes saíram pelas traseiras do tribunal.

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