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Professora leva 19 anos de cadeia por matar o marido à martelada

Margarida Rolo, de 44 anos, matou o marido com 85 golpes de martelo e de faca, em Abrantes.

17 de agosto de 2019 às 09:59

A "especial perversidade" e a "tremenda violência infligida à vítima" valeram uma condenação a 19 anos de prisão à professora que assassinou o marido na vivenda onde o casal residia, em Chainça, nos arredores de Abrantes.

Esta sexta-feira, precisamente um ano após o crime, o Tribunal de Santarém condenou Margarida Rolo, de 44 anos, pelo homicídio qualificado de José Duarte, também professor, com quem esteve casada 15 anos.

O coletivo de juízes deu como provado que a mulher desferiu 85 marteladas e golpes de faca a José Duarte, numa luta no logradouro da residência, mas não conseguiu apurar em concreto o motivo do crime.

O tribunal considerou não ter reunido elementos sólidos para dar como provada nenhuma das duas teses discutidas no julgamento: a da arguida e a do MP.

Nas alegações finais, Margarida Rolo jurou ter agido num "impulso irracional" para pôr cobro a um "sofrimento em silêncio" de muitos anos de violência doméstica e humilhações sexuais impostas pelo marido, ao passo que o Ministério Público defendeu que a professora planeou friamente e ao pormenor a morte de José Duarte, por saber que este queria pôr um fim na relação.

O motivo "é a única peça que faltou encaixar neste puzzle", afirmou a juíza-presidente Carolina Girão, na leitura do acórdão. Na determinação da pena, o coletivo teve em atenção o facto da arguida não ter mostrado arrependimento, ter sido indiferente ao grau de sofrimento da vítima e ter cometido o homicídio com os dois filhos menores a escassos metros.

PORMENORES

Recurso

António Velez, o advogado de defesa da professora, garantiu ao CM que vai recorrer do acórdão, tecendo duras críticas à forma como este processo decorreu desde a fase de instrução.

Herança

O acórdão do Tribunal de Santarém declara "indignidade sucessória" a Margarida Rolo, o que significa que os bens do casal são herdados diretamente pelos dois filhos menores.

Absolvição

Apesar de condenada pelo crime de homicídio, Margarida Rolo foi absolvida do pagamento de uma indemnização cível de 110 mil euros, pedida pelo pai e pela irmã da vítima, José Duarte.

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