Pai de Maria Correia e filho de Maria de Lurdes desabafou nas redes sociais.
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O relógio ainda não marcava as cinco da tarde de ontem quando os corpos de Maria de Lurdes Ribeiro e da neta Maria Correia chegaram a Portugal. A trasladação das portuguesas, duas das 15 vítimas dos atentados em Barcelona, aconteceu precisamente no dia em que a polícia espanhola abateu Younes Abouyaaqoub, o terrorista que faltava apanhar. O mesmo que na passada quinta-feira atropelou centenas de inocentes nas Ramblas.
Corpos das vítimas portuguesas de Barcelona já chegaram a Portugal
António Correia não consegue perdoar o homem que roubou a vida à filha e à mãe. "Que Deus o perdoe porque eu não consigo", desabafou nas redes sociais.
As cerimónias fúnebres das duas portuguesas realizam-se amanhã. Começam às 10h30 com uma cerimónia religiosa no complexo funerário de Cascais. O corpo de Maria Correia, de 20 anos, vai ser cremado logo de seguida. Já da parte da tarde, o funeral de Maria de Lurdes, 74 anos, sai para o cemitério em São Pedro de Penaferrim, no concelho de Sintra.
A família está destroçada com a morte de avó e da neta que tinham acabado de chegar a Barcelona no dia fatídico. Avó e neta eram muito amigas e confidentes e nesse mesmo dia já tinham telefonado à família a transmitir que tinham chegado bem. Às 17h00 estavam nas Ramblas quando a carrinha assassina colheu a multidão.
Avó e neta morreram juntas. A primeira vítima a ser identificada foi a avó. Maria Correia estava desaparecida. Apesar do sofrimento, a família mantinha a esperança de que a jovem estivesse viva, mas as más notícias chegaram no sábado para desespero da família e dos amigos.
O Estado disponibilizou o avião C-130 da Força Aérea portuguesa para fazer a trasladação dos corpos para Portugal, o que aconteceu ontem à tarde, no Montijo. Depois, os corpos foram levados para as instalações da Servilusa, na Amadora, empresa que irá tratar das cerimónias fúnebres.
Família e amigos preparam-se agora para o pior dia das suas vidas. Amanhã vão despedir-se de Maria Correia e de Maria de Lurdes. Para sempre.
PORMENORES
Um detido em Marrocos
A polícia marroquina deteve ontem uma pessoa por suspeita de ligações aos terroristas de Barcelona e Cambrils. Várias pessoas que conheciam membros da célula foram interrogadas nos últimos dias.
Airbag travou ataque
O airbag da carrinha usada no ataque de Barcelona evitou uma tragédia ainda maior, diz a polícia. O dispositivo de segurança foi acionado pelos sucessivos embates e tirou a visibilidade ao condutor, evitando que prosseguisse a marcha pelas Ramblas.
Radical pede desculpa
Um dos membros da célula terrorista, o marroquino Said Aallaa, que foi abatido pela polícia em Cambrils, deixou uma carta de despedida. "Peço perdão a todas as pessoas a quem possa ter feito mal estes dias. Obrigado por tudo o que me deram", escreveu.
Tímido e bom aluno
O condutor da carrinha das Ramblas, Younes Abouyaqoub, é descrito pelos amigos de Ripoll, localidade onde vivia, como um jovem "tímido, bom aluno e fanático por automóveis e futebol".
Islâmicos contra o terror
Centenas de muçulmanos manifestaram-se ontem nas Ramblas para denunciar o terrorismo e pedir ajuda para evitar a radicalização dos jovens.
Abouyaqoub morto a tiro pela políciaO autor do massacre nas Ramblas foi ontem morto a tiro pela polícia após quatro dias em fuga. O marroquino Younes Abouyaqoub, de 22 anos, foi localizado em Subirats, a 50 quilómetros de Barcelona.
Tal como os terroristas de Cambrils, envergava um colete de explosivos falso e gritou ‘Alá é Grande’ antes de ser abatido. Abouyaqoub foi denunciado por uma mulher, que o viu a rondar umas casas junto a uma bomba de gasolina. Ao ser detetado, o homem fugiu para uma zona de vinhas, onde foi localizado minutos depois por uma patrulha da polícia. Foi nessa altura que abriu o casaco e deixou ver o colete de explosivos, levando os agentes a abrirem fogo.
O corpo ficou no chão até à chegada de um robô da brigada de desativação de explosivos, que confirmou que se trava de um colete falso. Só então as autoridades conseguiram confirmar, através das impressões digitais, que se tratava do homem mais procurado do país. Horas antes, a polícia tinha confirmado que Abouyaqoub era o condutor da carrinha que matou 13 pessoas na Ramblas e o último membro da célula terrorista ainda a monte.
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