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Relatório sobre fogos de outubro de 2017 critica inoperância do ICNF

Relatório afirma que destruição de uma parte do Pinhal de Leiria em outubro de 2017 foi o resultado desse abandono.

28 de fevereiro de 2019 às 17:30

O Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais criticou a inoperância do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, considerando que a destruição de uma parte do Pinhal de Leiria em outubro de 2017 foi o resultado desse abandono.

"Não podemos deixar de reafirmar a nossa posição relativamente à inoperância do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] enquanto pilar fundamental de todo o sistema de Defesa de Florestas Contra Incêndios, na tutela da floresta nacional, no fomento de campanhas de sensibilização, na gestão das faixas de descontinuidade de combustível e na proteção das áreas florestais que tem a seu cargo", refere um relatório sobre os incêndios de 15 de outubro de 2017 daquele centro da Universidade de Coimbra.

O relatório "Análise dos Incêndios Florestais ocorridos a 15 de outubro de 2017", elaborado pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra, sob coordenação de Domingos Xavier Viegas, foi esta quinta-feira tornado público pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

O documento avança que a destruição de uma parte importante do Pinhal de Leiria, que se encontrava sob gestão do ICNF, "constituiu o corolário do abandono a que a sua gestão fora votada ao longo das últimas décadas".

Além do pinhal de Leiria, o relatório sublinha que a destruição, em 15 de outubro de 2017, de uma boa parte do pinhal de Mira e de várias outras áreas protegidas, apesar da atenuante das condições meteorológicas extremas, "constitui o melhor comprovativo" da inoperância do ICNF.

No relatório, o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais lembra que se tem "referido repetidamente ao papel distante, passivo e inoperante do ICNF, na temática dos incêndios florestais em geral e em particular em funções de prevenção estrutural".

"Temos vindo a assistir, pelo menos desde 2006 a um progressivo afastamento do ICNF, da sua estrutura dirigente e técnica, dos problemas concretos relacionados com a gestão da floresta, a sensibilização das populações, a coordenação da prevenção estrutural e até mesmo da gestão das poucas áreas territoriais cuja gestão tem a seu cargo", refere ainda o documento encomendado pelo Governo.

O incêndio de 15 de outubro de 2017 afetou sobretudo a região Centro de Portugal e provocou 51 mortos, quatro meses depois um outro fogo de grandes dimensões em Pedrógão Grande em que morreram 66 pessoas.

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