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‘Secos e molhados’ prestes a fazer 30 anos

Protesto que terminou em batalha campal entre polícias, com amigos a darem bastonadas em amigos.

14 de março de 2019 às 08:39

Melhores condições laborais, melhores vencimentos e uma folga semanal. Foram estas as principais exigências que a 21 de abril de 1989, há quase 30 anos, levaram centenas de agentes da PSP ao Terreiro do Paço, o mesmo local onde esta quarta-feira terminou a manifestação.

Fardados, os polícias que se haviam reunido na Voz do Operário decidiram entregar um memorando a Silveira Godinho, então ministro da Administração Interna do governo de Aníbal Cavaco Silva.

De uma forma que espantou o País e o Mundo, foi dada ordem ao Corpo de Intervenção para carregar contra os agentes fardados que se manifestavam. Pela primeira vez em democracia - e nunca mais se repetiu - foi usado o canhão de água da PSP.

De um lado ficaram os polícias em protesto, molhados, do outro o Corpo de Intervenção, seco. Aquele final de tarde ficou para sempre conhecido como os ‘secos e molhados’.

A carga violenta do Corpo de Intervenção sobre os colegas levou a feridos, lágrimas e perseguições pela Baixa. Álvaro Marçal, da polícia de choque, recusou bater nos colegas.

Foi expulso daquela unidade de elite. Naquele campo de batalha, amigos deram bastonadas em amigos que "lutavam por todos".

Apesar das ameaças em desespero, ninguém sacou das armas.

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