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Sexo para criança ver

Primeiro foi o debate, com a participação de especialistas e a indicação de que os pais deveriam reflectir, se consideravam o conteúdo apropriado para os seus filhos. Depois foi a transmissão, às 20h30 de ontem, na RTP 2, dos 17 minutos do filme de animação ‘Então é Assim!’, que ensina aos mais novos como se fazem bebés e que vozes críticas garantem permitir saber de mais para as idades a que se destina, dos 7 aos 11 anos.

02 de junho de 2007 às 00:00

A polémica em torno do filme de animação, uma co-produção canadiano-dinamarquesa, reside em alguns dos temas abordados e no facto de, apesar de se tratar de um desenho animado, conter imagens explícitas de relações sexuais.

A psiquiatra Margarida Neto – que participou no debate do programa televisivo “Sociedade Civil”, tal como o também psiquiatra Daniel Sampaio, o sociólogo Pedro Vasconcelos e Fátima Forreta, voluntária da Associação Portuguesa para o Planeamento da Família (APF) – diz que o filme contém “imagens cruas”.

Margarida Neto considera que a educação sexual começa em casa e que compete aos pais transmitir os valores, atitudes e comportamentos que os filhos devem assumir. Quanto ao filme, admitiu: “Há imagens que ferem a minha sensibilidade.” Referiu-se aos pingos de sangue da menstruação “que transmitem a imagem do ferimento” e da “crueza das relações sexuais e diferentes posições em que [as personagens] são colocadas”.

Daniel Sampaio contesta: “A questão está a ser dramatizada e os conteúdos fazem parte dos programas oficiais escolares do 3.º ano. A imagem sexual está ligada ao amor e este filme foca a protecção do corpo da criança e a prevenção ao abuso, o que é muito importante.”

O psiquiatra considera importantes outros temas focados no filme, como o afecto e o interesse do namorado na gravidez da rapariga, “enquanto na vida real estas são muitas vezes abandonadas pelos namorados”.

Quanto aos receios que alguns pais possam sentir de que o filme induza à prática descontrolada de relações sexuais pelos adolescentes, Pedro Vasconcelos rejeita esse medo. “Quando mais informação, quanto mais discutido for o tema com as crianças e adolescentes, mais auto-controlo terão e mais tarde irão iniciar a vida sexual.”

Fátima Forreta, da APF, diz que falar da sexualidade às crianças não deve ser só falar de sida, mas também da alegria e do prazer. Lembrou que a “maior parte dos abusos sexuais das crianças, no nosso País, ocorre dentro das famílias”.

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