Actriz é a principal suspeita da Judiciária e arrisca acusação pelos crimes de explosão e incêndio
Quatro bicos do fogão foram abertos e estavam a deitar gás, em casa de Sónia Brazão, quando se deu a explosão no quarto andar do nº 73 da avenida da República, em Algés, que deixou a actriz em risco de vida - internada com queimaduras de segundo e terceiro graus em 90 por cento do corpo. O ligar da máquina de lavar roupa serviu de ignição à tragédia da última sexta-feira, pelas 17h00, concluíram os peritos da Polícia Judiciária.
O facto de todos os bicos do fogão estarem abertos e a verter gás dá aos investigadores a garantia de a explosão ter sido causada propositadamente. E Sónia Brazão, que estava sozinha em casa na altura da tragédia, torna-se assim a principal suspeita da PJ: quando recuperar do estado em que se encontra no hospital, inevitavelmente terá de ser constituída arguida pelos crimes de explosão e de incêndio, arriscando uma pena de prisão que oscila entre os três e os dez anos. Isto porque, mesmo que apenas tenha tentado pôr fim à vida, certo é que colocou também terceiros em perigo, além dos bens patrimoniais dos seus vizinhos.
Recorde-se que, na altura da explosão, estava dentro do prédio pelo menos uma moradora, do primeiro andar, que ficou ferida.
A mãe, Nelsa Fonseca, recusa completamente a tese de que a actriz tentou matar-se. "A Sónia nunca quis suicidar-se", diz ao CM, mostrando-se confiante na recuperação da filha.
"A esperança é a última a morrer. A minha filha já teve melhorias ao nível da respiração e hoje [ontem] já conseguiu comer sopa e beber água." Já a amiga Sónia Costa revela que a actriz "continua a respirar pelos próprios meios".
Segundo o boletim médico, Sónia Brazão "mantém-se estável", mas com um prognóstico "muito reservado".
MÃE TEM APOIO PSICOLÓGICO
"Não a consigo ver, mas não consigo sair deste hospital. Ao menos estou aqui perto dela", revelou ontem ao CM Nelsa Fonseca, visivelmente transtornada. "Está a ser muito duro, porque não temos muitas informações. Só quero que a minha filha fique boa", disse, em lágrimas. Nelsa está a ter acompanhamento psicológico no Hospital de São José. A mãe da actriz entrou em choque assim que a encontrou, minutos depois da explosão.
PJ ATRASA INÍCIO DAS REPARAÇÕES
A remoção dos escombros do número 73 da avenida da República, em Algés, era para ter começado ontem, porém só deverá arrancar hoje. "Todas as fracções do quarto andar, onde ocorreu a explosão, foram seladas pela Polícia Judiciária, e ainda não temos a autorização para ter acesso a esse espaço", explica Hélder Paula, administrador do prédio. "Prevemos que esteja tudo liberado amanhã [hoje] e que em três dias esteja tudo removido para se começar as obras", acrescenta.
VIZINHOS ESTÃO EM CASA DE FAMILIARES
O quarto piso do prédio de Sónia Brazão ficou "bastante danificado" e prevê-se que só possa ser habitado no final do Verão, como explica o vizinho do lado. "As paredes da minha cozinha foram completamente destruídas. As obras vão demorar imenso tempo. Eu e os outros vizinhos estamos a morar em casa de familiares", refere o morador.
SEGUROS INVESTIGAM A ORIGEM DA EXPLOSÃO
Peritos da seguradora Império--Bonança estiveram ontem no local do sinistro a investigar a origem da explosão. A questão fundamental está em saber se se está perante um acidente ou de um acto intencional - e disso depende o pagamento das indemnizações.
Peritos seguradores contactados pelo CM disseram que "em caso de acidente existe um seguro obrigatório do fornecedor, com um capital mínimo de 250 mil euros". Segundo aqueles responsáveis, o seguro obrigatório (multirriscos) da proprietária só pagará os danos se não existir responsabilidade do ocupante. "Se for detectado dolo ou negligência por parte do proprietário, haverá uma cláusula de exclusão da responsabilidade da seguradora", acrescentam os peritos .
O seguro das partes comuns do prédio tem de responder pelos danos causados. "Vamos reparar todos os estragos", disse Paulo Ribeiro, perito da seguradora Império-Bonança, acrescentando que "as negociações estão a correr muito bem".
Já em relação aos estragos provocados pela explosão nas viaturas estacionadas perto dos prédios, os seus proprietários podem accionar o seu seguro se tiverem a cobertura contra actos de vandalismo.
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