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Testemunha relata em tribunal ameaças de 'Macaco'

Hospedeira que trabalhava na assembleia recordou em tribunal atitude intimidatória de ‘Macaco’. Viu ainda uma sócia levar um pontapé na cara.

02 de abril de 2025 às 01:30

Ouvidas esta terça-feira em tribunal, duas jovens hospedeiras não hesitaram e apontaram o dedo a Fernando Madureira. Estavam a trabalhar na assembleia extraordinária do FC Porto, em novembro de 2023, e dizem ter assistido a parte dos crimes. Uma delas assegura que ‘Macaco’ tinha uma postura de intimidação.

“A atitude dele era de alguém que estava a controlar. Sempre que alguém estava contra a administração, eles ameaçavam e diziam para baixar o braço, era assim a votação, e para estarem calados. O Fernando Madureira fez ameaças”, recordou Maria Oliveira na 6.ª sessão de julgamento da ‘Operação Pretoriano’.

A jovem recordou que também Henrique Ramos - um adepto que foi agredido - foi ameaçado pelo ex-chefe da claque dos Super Dragões. “Teve uma atitude ameaçadora e aos gritos, não percebi bem. Era uma atitude intimidatória”, explicou a testemunha, contando uma versão contrária à de Henrique Ramos, que garante que ‘Macaco’ foi apaziguador. “Era um ambiente tenso, pesado, com agressões (...) Vi uma senhora levar um pontapé na cara e rolar pelas escadas”, lembrou ainda a jovem.

No julgamento - que senta no banco dos réus 12 arguidos - uma outra hospedeira também implicou Fernando Madureira. “Um homem que não conheço pegou na caixa e disse ‘olha aqui tantas pulseiras’. Chamámos o segurança e entretanto o Fernando Madureira tinha já a caixa na mão e pousou-a. Nisto desapareceram pulseiras. Nós reparámos que o Fernando Madureira e o outro homem ficaram com pulseiras, acho que meteram no bolso”, explicou Beatriz Barbosa.

As pulseiras davam acesso ao pavilhão do Dragão Arena e segundo a acusação foram dadas a pessoas que nem sequer eram sócias do clube para lançarem um clima de terror. “Algumas pessoas depois entraram no pavilhão já com pulseiras colocadas e sem fazerem a credenciação”, contou a testemunha.

Durante a manhã, duas testemunhas foram ouvidas no Tribunal de São João Novo, no Porto, sem a presença dos arguidos por temerem ser alvo de represálias.

E TAMBÉM

Sandra discute

Peter Janson, uma testemunha esta terça-feira ouvida, relatou que “Sandra Madureira insurgiu-se contra um miúdo que publicou alguma coisa nas redes sociais” durante a assembleia. Contou ainda que era proibido filmar e que uma mulher chegou a tirar o telemóvel a um amigo seu. “Existia um ambiente de coação”, recordou.

Passiva

Peter Janson e Maria Oliveira relataram uma atitude passiva por parte dos membros da mesa da assembleia do FC Porto. “Eles estavam sentados, não faziam nada, nem sequer um apelo à calma”, lembrou Peter em tribunal.

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