Comandante da 6.ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana falou em exclusivo ao CM.
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Mal a Força chegou à RCA, foi em logo pouco tempo empenhada numa projeção para Bocaranga, onde ficaram dez dias e cujo deslocamento demorou três dias. A reação a esse ‘choque’ foi positiva?
Os três dias de deslocamento são normais para as distâncias praticadas em estradas com condições muito más, na sua maioria sem qualquer tipo de asfalto e muito deterioradas pela passagem de viaturas pesadas e pela época das chuvas. Apesar dos deslocamentos nestas condições serem muito desgastantes, tanto para os homens como para os veículos, conseguimos chegar à área de operações em condições de total operacionalidade.
Nessa primeira projeção, teve um duro combate com elementos do grupo 3R. Como lidou a Força com essa experiência? O ‘trabalho de casa’ (aprontamento) fez a diferença?
Esteve já uma segunda vez projetado por mais um mês em Bouar. Qual a vossa missão/objetivo? Houve objetivos diferentes nas duas projeções?
A principal missão da Força Portuguesa é sempre a mesma, a proteção de civis. Neste caso, fomos projetados para garantir uma capacidade de resposta a qualquer situação que afetasse a segurança ou a liberdade da população local naquele setor do país. Além disso, foi ainda intenção pressionar o Grupo Armado 3R a cumprir com o acordo de paz, mostrando que a força militar da MINUSCA tinha a Força de Reação Rápida Portuguesa próxima e pronta a intervir.
Depois do sucesso da operação anterior, acreditamos que essa mensagem chegou perfeitamente ao terreno, sendo que não voltaram a existir confrontos. Na projeção anterior recebemos a missão específica de expulsar os membros do Grupo Armado de um determinado local, de acordo com o estabelecido no acordo de paz e enquadrado no mandato da MINUSCA. Neste local (Yade), o grupo armado tinha uma postura ofensiva contra a população, tinha montados postos para cobrar impostos ilegais aos cidadãos centro-africanos e hostilizava as populações, o que afetava significativamente a vida da comunidade local.
Nesta segunda projeção, não nos foi indicado nenhum local específico para desenvolver as operações de protecção à população civil, estando, por isso, prontos a intervir em todo o setor. Durante a projeção foram feitas diversas patrulhas para dar mais segurança à população, pela proximidade de uma força com capacidade e determinação para a defender. Em paralelo, realizámos várias atividades de treino, das quais destaco o tiro noturno.
O treino realizado pela nossa força, assim como o nível de equipamento que possuímos, dá-nos uma vantagem muito significativa relativamente aos grupos armados. A forma como a força portuguesa se apresenta, sempre pronta e capaz, produz um efeito dissuasor entre os grupos armados e um acréscimo de confiança entre a população.
Quais os principais desafios com que se têm deparado?
De entre as missões que já vos foram atribuídas, quais destaca e porquê?
Que balanço global faz da missão, até agora, da 6.ª FND?
A nossa participação nesta missão é fortemente elogiada pela MINUSCA, que destaca permanentemente o brio, competência, humanismo e coragem com que a cumprimos, assumindo um papel muito importante nesta missão, contribuindo para a paz, segurança e estabilidade da República Centro-Africana.
Creio que podemos estar orgulhosos, na mesma medida em que sabemos que o trabalho tem de continuar a ser realizado com a mesma dedicação e atenção.
Tem identificada alguma necessidade especial ou adicional para a Força?
Como descreve a atual situação de segurança na RCA?
Temos noção que uma situação tão complexa não se resolve de forma rápida e que a solução final não se consegue, apenas, pela força das armas. Porém, acreditamos que a nossa missão é essencial para o bem-estar e segurança da população, contribuindo para que a estrutura estatal de segurança e defesa continue o seu desenvolvimento passo a passo, para que a paz se torne permanente.
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