Grupo Aeroporto do Pico teme que ampliação da pista da ilha esteja em causa
De acordo com o movimento, "apesar do crescimento consistente do tráfego aéreo e do aumento contínuo da procura", a obra continua a "arrastar-se em estudos sucessivos".
O Grupo Aeroporto do Pico considerou esta segunda-feira que a ampliação da pista da ilha "pode estar em causa", face à decisão do Governo dos Açores de ter como opção em 2026 executar os fundos comunitários.
De acordo com este movimento de cidadãos, o "secretismo em torno do processo leva o Grupo Aeroporto do Pico (GAPix) a desconfiar que a ampliação da pista pode estar em causa" e que o Governo "queira abandonar o projeto".
O GAPix, em nota de imprensa, recorda as palavras do secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte Freitas, sustentando que "o orçamento de 2026 não é muito difícil de desenhar, porque não há grandes opções políticas", sendo que a "única opção política é executar o PRR - Plano de Recuperação e Resiliência e a agenda 2030".
O grupo questiona se ampliação da pista do Aeroporto do Pico "ainda faz parte do quadro comunitário de apoio 2030".
"Depois do estudo prévio ter identificado a existência de obstáculos, o Governo dos Açores encomendou um estudo complementar, concluído e entregue ao Governo em fevereiro de 2025. Mais de sete meses depois, mantém-se o silêncio sobre o assunto, sem nunca terem sido reveladas as conclusões desse estudo complementar", afirma o GAPix.
De acordo com o movimento, "apesar do crescimento consistente do tráfego aéreo e do aumento contínuo da procura", a obra continua a "arrastar-se em estudos sucessivos, anúncios vagos e promessas nunca concretizadas".
O GAPix refere que os deputados eleitos pelo Pico e as duas câmaras municipais da ilha "da mesma cor partidária" do Governo dos Açores "têm-se mantido em silêncio ou, no máximo, em manifestações simbólicas que não pressionam efetivamente a decisão política".
"O resultado desta conivência é uma ilha que continua limitada por uma infraestrutura inadequada, com aviões que não podem operar na sua capacidade total e cancelamentos de voos que prejudicam passageiros, companhias aéreas e a própria entidade gestora do aeroporto", afirma-se.
Em 21 de março, o presidente do Conselho de Ilha do Pico mostrou-se satisfeito com a reunião tida com o Governo Regional, ao admitir que os conselheiros "ficaram esclarecidos" sobre todas as questões que constavam do memorando.
No final de uma reunião do Conselho de Ilha com o governo açoriano, Rui Matos disse aos jornalistas que a questão da ampliação da pista do aeroporto, uma das principais reivindicações, "é um processo complexo" e difícil, porque exige "muitos pareceres técnicos".
Rui Matos referiu que o presidente do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, salientou no encontro que, "assim que tiver respostas" sobre a situação, as mesmas serão dadas.
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