Inspeção-geral omite negligência
Paulo Campos acusa IGAS de ignorar testemunhos.
Paulo Campos, ex-presidente do INEM, acusa a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) de ignorar as evidências de negligência médica no hospital de Cascais, durante o internamento da doente que acabou helitransportada para Abrantes.
"Ficou provado neste processo que há perda de chance de tratamento, negligência médica, e não há uma palavra sobre isso no relatório final", afirmou Paulo Campos à CMTV, referindo-se aos testemunhos recolhidos no processo. E reforçou: "Vou agir criminal e administrativamente contra os intervenientes no processo e isso inclui a antiga equipa ministerial", liderada por Paulo Macedo.
No dia seguinte à demissão – o ministro Adalberto Campos Fernandes aceitou a recomendação da IGAS, após o inquérito ao helitransporte –, o médico recorreu ao relatório final da inspeção : "Ficou provado que não tenho qualquer relação com a família [da doente], que o transporte era o mais adequado e não houve encargos para o erário público". Para Paulo Campos não há dúvidas de que a demissão foi "um saneamento político". O ministro explicou que apenas "acompanhou aquilo que foram as recomendações" da IGAS.
O relatório final é assina- do pela inspetora geral, Leonor Furtado, a mesma que arquivou os processos das oitos mortes nas urgências no inverno passado, dos quais o Ministério Publico decidiu investigar três situações. O CM pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde, mas não obteve resposta.
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