Remédio Nolotil fica sob vigilância mais apertada em Portugal
Em Portugal foram notificados 11 casos em dez anos. Espanha proíbe prescrição a turistas.
O consumo do analgésico metamizol magnésico, cujo o nome mais conhecido é o Nolotil, vai estar sob uma vigilância mais apertada em Portugal, segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Em causa está o facto de, em Espanha, ter sido recomendada a restrição da sua prescrição e da venda a turistas, por ter sido associado à morte de 10 britânicos, desde 2006.
Em agosto, a Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS) abriu uma investigação para determinar se pessoas oriundas do Norte da Europa estão ou não mais expostas aos efeitos colaterais deste remédio, mas não foi possível apurar esse facto a 100 por cento. Mesmo assim foi decidida a sua restrição.
Em Portugal, o consumo do remédio tem vindo a aumentar. Foram consumidas mais de 853 mil caixas em 2017. Ao CM, fonte do Infarmed disse que foram notificados ao sistema de farmacovigilância 11 casos de agranulocitose (doença aguda do sangue) potencialmente associados ao metamizol, entre o período de 2008 a 2018.
E que como há um a dois casos por ano "não se considera necessário efetuar qualquer ação no imediato". O Infarmed refere que irá continuar a avaliar a situação, em coordenação com os restantes parceiros europeus.
PORMENORES
Consumo aumentou
Segundo dados do Infarmed, o consumo de metamizol magnésico aumentou. Em 2013, foram consumidas 623 824 caixas, passando para 685 033 em 2014, 744 312 em 2015, 788 744 em 2016 e 853 403 em 2017.
Três marcas do remédio
Em Portugal o metamizol magnésico é vendido com os seguintes nomes: Nolotil, Dolocalma e Metamizol Cinfa. Custa entre 2,49 e os 3,61 euros. Só pode ser vendido com prescrição médica e tem uma comparticipação de 37%.
Tratamento de febre e dor
O metamizol magnésico é usado para o tratamento da dor aguda no pós-operatório, para dores espasmódicas e tumorais e para a febre alta, em adultos.
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