Rui Rangel sob fogo cruzado
PGR confirma investigação. A notícia tinha sido avançada pelo Correio da Manhã.
A Procuradoria-Geral da República e o Conselho Superior da Magistratura confirmaram ontem que o juiz Rui Rangel, desembargador na Relação de Lisboa, está a ser investigado no processo Rota do Atlântico, que tem José Veiga como principal arguido.
A notícia tinha sido avançada pelo Correio da Manhã no último sábado, onde se dava conta de que o processo corria termos no Supremo Tribunal da Justiça. "Está em segredo de justiça", disse ainda a PGR, não esclarecendo se já foi realizada qualquer diligência ou se o magistrado já foi interrogado. O Conselho Superior da Magistratura disse também que foi aberto o inquérito após ter tido conhecimento das suspeitas pela PGR. Irá apurar se foram cometidas infrações disciplinares. Diz igualmente que se trata de um processo ‘secreto’.
Certo, para já, é que há mais de seis meses que o tribunal superior - o único com competência para investigar um juiz de segunda instância - tem nas suas mãos todos os indícios. Designadamente as transferências de dinheiro, regulares, feitas pelo advogado Santos Martins. Há ainda emails enviados pelo juiz ao causídico, onde o primeiro pede que lhe sejam disponibilizadas elevadas quantias em dinheiro. Sempre em forma de depósito para não deixar rasto. E em montantes inferiores a 10 mil euros - caso contrário obrigaria o banco a comunicar às autoridades, no âmbito da diretiva comunitária que visa combater o branqueamento.
Rui Rangel continua no ativo e não está impedido de decidir em nenhum processo de inquérito. Pode mesmo decidir no caso Rota do Atlântico.
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