Maria Barroso: uma vida dedicada a causas
Recorde a carreira de atriz, professora e deputada da antiga primeira-dama.
Maria Barroso, filha de um oficial do Exército, nasceu em Alvor, no Algarve, a 2 de maio de 1925. Foi atriz, professora, ativista, deputada e primeira-dama. Em março de 1997, recebeu ainda a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade de Portugal.
Estudou em Lisboa: seguiu o curso de Artes Dramáticas, da Escola de Teatro do Conservatório Nacional, mas acabou por se licenciar em Ciências Histórico-Filosóficas. Foi na Universidade de Lisboa que conheceu o jovem Mário Soares, com quem acabou por casar em 1949, durante o período em que o antigo Presidente da República estava preso por motivos políticos. Antes do casamento, participou em várias peças de teatro e mais tarde entrou no cinema, pela mão de Paulo Rocha. Acabou por participar em três filmes de Manoel de Oliveira, entre 1975 e 1985.
Depois do 25 de Abril de 1974, Maria Barroso voltou a poder dar aulas e acabou por se tornar diretora do Colégio Moderno, fundado pelo sogro. Tinha sido a sua participação como candidata a deputada, na Oposição Democrática, que a pôs na lista do Antigo Regime e a impediu de lecionar.
A carreira política acabou por começar logo após a revolução dos cravos. Foi eleita deputada à Assembleia da República pelo recém-formado Partido Socialista, nas legislaturas de 1976, 1979, 1980 e 1983.
Em 1986, Mário Soares foi eleito Presidente da República Portuguesa e, como primeira-dama, Maria Barroso focou os seus esforços na defesa dos países de língua oficial portuguesa. Em 1990, fundou o movimento Emergência Moçambique e, em 1995, presidiu ao ciclo de realizações do Ano Internacional da Luta contra o racismo, xenofobia, antissemitismo e exclusão social.
Quando abandonou o Palácio de Belém, em 1997, foi presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, até deixar o cargo em 2003.
Recolheu um total de 19 condecorações de países europeus, africanos e sul-americanos.
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