Proteção Civil regista 87 ocorrências nas Beiras e Serra da Estrela
Portugal continental está sob aviso amarelo devido à precipitação e, nas regiões costeiras, devido à agitação marítima até à noite de sábado, para já.
A Proteção Civil registou 87 ocorrências na região das Beiras e Serra da Estrela, que não causaram vítimas ou danos significativos, provocadas pela depressão Cláudia, que está a afetar Portugal continental desde quinta-feira.
"Registaram-se, sobretudo, quedas de estruturas, chaminés, árvores, inundações, deslizamento de terras para estradas e, pontualmente, o socorro a pessoas cujos veículos ficaram imobilizados em zonas inundadas, perto de linhas de água", disse António Fonseca, comandante Sub-regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela, à agência Lusa
O responsável adiantou que a situação com mais visibilidade ocorreu na Soalheira, no concelho do Fundão, onde "vento muito intenso, durante um curto período de tempo, fez com que algumas estruturas, como chaminés e telhados, tivessem voado".
"Não houve vítimas nem desalojados a registar, apenas alguns danos em veículos", acrescentou. António Fonseca afirmou que todas as ocorrências foram resolvidas "a tempo e não há assim nada de crítico a assinalar".
"Tivemos três casos de condutores, no Fundão, Belmonte e Penamacor, e aí houve necessidade de auxiliar a saída das linhas de água, que transbordaram e inundaram os terrenos adjacentes. Mesmo assim, há pessoas que têm persistido em tentar passar. Nestas circunstâncias não se pode de forma nenhuma tentar ver se se consegue passar", disse.
Nestes dois dias, a proteção civil registou também rajadas de vento "da ordem dos 100 quilómetros por hora, ou mais, pontualmente", que derrubaram árvores, alguns telhados e chaminés.
"Como estamos nas terras altas, nomeadamente a Guarda e outras povoações serranas, a velocidade do vento faz-se sentir de forma mais intensa e provoca alguns danos", realçou.
O comandante Sub-regional de Emergência e Proteção Civil das Beiras e Serra da Estrela alertou que é preciso "amarrar andaimes, gruas e painéis publicitários para evitar que caiam na via pública e possam causar danos em veículos ou mesmo até em pessoas".
Para o fim de semana, que será novamente marcado por chuva e vento forte, António Fonseca deixou mais recomendações e apelou aos cidadãos para que tenham "mais cuidados e atenção redobrada" na estrada.
"As pessoas têm que ter mais cuidados com a condução, reduzir a velocidade e estar muito mais atentos, sobretudo aos lençóis de água e à queda de terra e pedras para as estradas".
O responsável referiu que durante a depressão Cláudia os operacionais foram chamados a remover movimentos de massa, que acabaram por condicionar a circulação rodoviária na Estrada Nacional (EN) 222, que liga Loriga às Pedras Lavradas, no concelho de Seia, e na estrada municipal entre Casegas e Paul, no concelho da Covilhã.
"As pessoas também continuam a não tomar as devidas precauções com as suas caleiras e sarjetas e temos, por vezes, inundações em casas ou noutro tipo de situações que podiam ser evitadas se houvesse a devida manutenção", sublinhou.
Portugal continental está sob aviso amarelo devido à precipitação de "aguaceiros por vezes fortes e acompanhados de trovoada" e, nas regiões costeiras, por causa das "ondas de quatro a cinco metros" até à noite de sábado, para já.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt