Inquisição operou em Portugal de 1546, no reinado de D. João III, até 31 de março de 1821, quando foi formalmente extinta, pelo parlamento.
O Dia da Memória das Vítimas da Inquisição é evocado este domingo, pela primeira vez, lembrando os perseguido dos 45.000 processos deste organismo político-religioso, em Portugal, afirmou o historiador Jorge Martins.
O Dia da Memória das Vítimas da Inquisição, a evocar anualmente, foi aprovado no ano passado, por unanimidade, pela Assembleia da República (AR), como "um resgate da memória das várias vítimas da Inquisição, desde os judeus a seguidores de outros credos, ou até maçónicos e homossexuais, entre outros cidadãos", disse o historiador.
A iniciativa partiu de um grupo de cidadãos que remeteu à AR uma petição para que fossem lembradas as vítimas dos 45.000 processos da Inquisição, e erigido um memorial em Lisboa, no Rossio, em frente ao Teatro Nacional D. Maria II, onde habitualmente se realizavam os autos de fé e onde era a sede daquela instituição político-religiosa.
"É necessário que Portugal dê um passo concreto na assunção do malefício que constituiu para os portugueses e os que viveram sob domínio português, nomeadamente, nas antigas colónias, o estabelecimento da Inquisição e sua perniciosa influência durante 285 anos", disse o historiador.
O memorial deve ser inaugurado dentro de dois anos, quando se celebrarem os 200 anos do fim da Inquisição e das primeiras constituintes de Portugal, ou seja, o primeiro parlamento, disse à agência Lusa fonte da organização.
"Fecha-se o ciclo de reconciliação do regime democrático português com a reparação dos erros do passado", acrescentou.
Hoje, pelas 10h30, no salão nobre do Teatro Nacional D. Maria II, a cerimónia evocativa conta com a participação da investigadora Marina Pignatelli, do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, de António Caria Mendes, que fará a leitura de mensagens de várias comunidades, nomeadamente judaicas, de Espanha e Estados Unidos, Jorge Martins, que apresentará a comunicação "O resgate da memória das vítimas da Inquisição", e ainda o ex-ministro da Justiça José Vera Jardim, atual presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, e a jornalista Miriam Assor.
A cerimónia conta ainda com os atores Cristina Basílio e Gonçalo Oliveira, que vão ler os nomes de vítimas da Inquisição, ao longo da sessão, vestidos com 'sambenitos', uma espécie de túnica que os sentenciados da Inquisição eram obrigados a vestir.
Para a cerimónia "foram convidadas várias entidades públicas, religiosas e até privadas, que representam de certa forma aqueles que foram perseguidos, torturados, e colocados na fogueira da Inquisição".
"Foram enviados convites às mais diversas entidades, dos luteranos aos muçulmanos, Governo, Câmara de Lisboa, a Associação ILGA Portugal, União de Mulheres Alternativa e Resposta, das diferentes orientações maçónicas, e claro está o parlamento, que representa todos os portugueses", disse o historiador, adiantando que "nem todos confirmaram a presença".
A Inquisição operou em Portugal de 1546, no reinado de D. João III, até 31 de março de 1821, quando foi formalmente extinta, pelo parlamento.
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