Variante Delta com transmissão comunitária pode tornar-se predominante. Presidente afasta retrocesso no desconfinamento.
Novo surto de Covid-19 com a estirpe indiana em Portugal ameaça o verão
A variante Delta do novo coronavírus teve origem na Índia mas está a espalhar-se rapidamente pelo Mundo. Em Portugal há já transmissão do vírus na comunidade, admitiu o Instituto Ricardo Jorge (INSA) no relatório das linhas vermelhas, revelando que até quarta-feira tinham sido detetados 92 casos. Esta estirpe teve uma prevalência de 4,1% no nosso país no mês de maio, mas a tendência é para subir.
"É possível que Portugal possa ter um surto grande provocado por esta variante, no início do verão", afirmou ao CM o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, lembrando que esta estirpe "representa um risco de contágio 40% mais elevado do que a variante britânica".
Segundo o especialista, um grande surto significa que diariamente seriam ultrapassados "os 1700 novos casos a nível nacional, ou os 600 na região de Lisboa e Vale do Tejo, embora não com o número de mortos ou de internados em unidades de Cuidados Intensivos que vimos no passado".
Carmo Gomes nota que é entre a população mais jovem que o vírus está a disseminar-se. "Portugal conta com 5,8 milhões de pessoas com menos de 50 anos e destas cerca de 20% foram vacinadas ou infetadas, o que deixa as restantes 80%, cerca de quatro milhões, completamente expostas à doença", referiu. Para combater os novos contágios, Carmo Gomes recomenda o recurso à testagem massiva nos grupos etários dos 15 aos 39 anos.
Este sábado, confrontado com o aumento do número de infetados, o Presidente da República afastou a possibilidade de um retrocesso no processo de desconfinamento, alegando que os serviços de saúde estão longe de uma pressão grave. A média de mortos "é baixíssima, a média de doentes em Cuidados Intensivos é muito baixa e a média de internamentos é também perfeitamente aceitável", sublinhou o chefe de Estado, desdramatizando a possibilidade de estar a existir uma transmissão na comunidade da variante Delta. "Tem havido variantes várias, vão aparecendo e desaparecendo", disse.
PORMENORES
74,3% das infeções em LVT
O relatório do INSA indica que 74,3% das infeções com a variante Delta são em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), mas a estirpe foi detetada em 10 distritos e 24 concelhos. A idade mediana dos infetados é de 35,5 anos, 70,3% são do sexo masculino.
48,9% são portugueses
Quanto às nacionalidades dos infetados com a estirpe Delta, o grupo mais representado são os portugueses, que representam 48,9%, seguidos dos nepaleses (28,3 %) e indianos (10,9 %).
90% no Reino Unido
A variante Delta representa já mais de 90% das novas infeções no Reino Unido, tendo ultrapassado em prevalência a estirpe britânica.
83 casos por 100 mil habitantes
A taxa de incidência nacional está agora nos 83 casos de infeção por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, com tendência crescente, segundo o último relatório do Instituto Ricardo Jorge.
Internamentos em cuidados intensivos
O relatório do INSA alerta ainda para um número crescente de internamentos em unidades de Cuidados Intensivos, situando-se em 29% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.
Mais um morto e 789 novas infeções
Portugal registou este sábado mais uma morte associada à Covid-19 e contabilizou 789 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, mais de metade (480) em Lisboa e Vale do Tejo, revelou a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Sesimbra não avança para nova fase de desconfinamento
Sesimbra não avança no desconfinamento, ao contrário do que estava previsto, devido ao aumento de casos de Covid-19. Sesimbra "não vai avançar. Recebemos essa informação do Governo", afirmou o presidente do município, Francisco Jesus. "Aquilo que pedimos ao Governo foi validado. Trata-se um pouco de subverter o que está no despacho do Conselho de Ministros, mas entendemos que é necessário", adiantou o autarca perante os dados da pandemia no concelho. Numa semana, Sesimbra passou de 102 casos por cem mil habitantes para 260 casos por cem mil. Duas semanas consecutivas com mais de 240 casos implica recuar no desconfinamento.
A autarquia pediu ainda ao Governo, com "caráter de urgência, o reforço das equipas das forças de segurança no terreno". "Só desta forma se poderá proceder a uma fiscalização mais efetiva das regras de segurança", esclareceu Francisco Jesus, acrescentando que, amanhã, haverá reunião para articular as medidas necessárias, bem como a informação aos comerciantes e população. O travão abrange sobretudo os horários dos estabelecimentos comerciais e a autarquia apela à compreensão dos que possam ser lesados. "Com o número de casos que existe, e com previsão de subida, na próxima avaliação, o concelho poderá apresentar valores mais elevados, o que obrigará a regredir dois degraus no desconfinamento."
Médicos lembram que pandemia ainda não acabou e pedem cautelas nas celebrações
A Associação de Médicos de Saúde Pública apela à população para ter "algumas cautelas" em celebrações familiares e noutros contextos, lembrando que a vacina contra a Covid-19 não é "100% eficaz" e que a "pandemia ainda não acabou". "Ainda temos uma incidência em crescendo, com particular destaque na região de Lisboa e Vale do Tejo, que não podemos ignorar", advertiu Ricardo Mexia, presidente da associação. Especialista recomenda que se mantenham as medidas de proteção individual como o distanciamento físico, evitar as aglomerações de pessoas, manter uma boa higienização das mãos e o uso da máscara.
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