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Mais de 500 viticultores manifestaram-se para pedir mais apoio. Região do Douro enfrenta uma das mais graves crises de sempre.
“O meu pai sempre conseguiu tirar rendimento da vinha, mas já partiu. Não gostava de me ver desistir, mas isto é demais. Estou há anos a perder dinheiro porque o investimento está sempre a aumentar. E depois ou ficam as uvas na vinha ou, quando vendo, sou obrigada a colocar um preço muito baixo para não perder tudo”, diz Maria José Macedo, de 59 anos, vinda de Tabuaço. Maria é viticultora do Douro, que está a enfrentar uma das mais graves crises de sempre. O problema, segundo o ministro da Agricultura, é que a produção é maior que a procura e a solução passa “por produzir menos vinho até se encontrar o equilíbrio”, explica José Manuel Fernandes. Os quase 500 produtores que ontem se manifestaram na Régua garantem que há muita uva a chegar de Espanha, comprada a um preço mais baixo. A garrafa é vendida como sendo vinho do Porto, mas sem as uvas de origem. “É preciso fiscalizar os mostos e os vinhos oriundos de fora da região. Sem esse trabalho, fica impossível para nós escoarmos as nossas uvas”, complementou outro viticultor, que diz que este “é um grito de revolta de três anos consecutivos em que somos prejudicados”. “Cortam-nos o benefício que é a autorização de produção de vinho do Porto e também o facto de muitas empresas estarem a recusar as uvas para preencher a autorização para a produção de vinho do Porto e outras recusam mesmo receber o excedentário”, diz.
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