Greve foi convocada pelo SEP para exigir diálogo com o Conselho de Administração da ULSA e o pagamento de dívidas do trabalho extraordinário.
A adesão à greve dos enfermeiros da Unidade Local de Saúde da Arrábida (ULSA) convocada para esta terça-feira para exigir o pagamento de dívidas em atraso, é "superior a 80%", revelou o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
"Estamos com uma adesão superior aos 80%, o bloco operatório do Hospital de São Bernardo está a funcionar só com a sala de urgência, com grande impacto também nas consultas externas e temos várias unidades de cuidados de saúde primários que estão encerradas porque os enfermeiros aderiram a 100%", disse aos jornalistas Zoraima Prado, do SEP.
"Também temos vários serviços de internamento [com uma adesão à greve] a 100%, só com cuidados mínimos", acrescentou a sindicalista, que falava aos jornalistas durante uma concentração junto à entrada do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
Segundo Zoraima Prado, a greve foi convocada pelo SEP para exigir diálogo com o Conselho de Administração da ULSA e o pagamento de dívidas do trabalho extraordinário realizado pelos enfermeiros, para as quais já existe um plano de pagamento há dois anos, mas que não está a ser concretizado.
"Em primeiro lugar, a greve tem a ver com a ausência de diálogo com o Conselho de Administração, porque, em abril, já pedimos uma reunião e já elencámos estes problemas, que se agravaram desde o início do ano", disse.
"Temos dívidas aos enfermeiros, em trabalho extraordinário, que já têm dois anos de compromisso, e um plano de pagamentos que não está concretizado. Temos a questão dos retroativos das produções que remontam a 2018 - e nesta instituição temos uma questão particular porque já existe uma sentença que obrigou o pagamento de alguns colegas - e é justo que, depois dessa sentença e de outras que, entretanto, saíram, [o trabalho extraordinário] seja pago a todos", acrescentou.
A sindicalista do SEP salientou ainda que há enfermeiros da antiga Administração Regional de Saúde (ARS) que tinham dívidas com essa instituição que remontam a 2023, que ainda não foram assumidas pela ULSA, e lembrou que as progressões de carreira, que deveriam ter ocorrido em janeiro, também ainda não estão concretizadas.
Questionada sobre o montante das dívidas aos enfermeiros, Zoraima Prado disse que dependem da situação profissional e do serviço de cada enfermeiro, mas adiantou, como exemplo, que "um enfermeiro do serviço de urgência poderia estar um ano sem trabalhar porque lhe devem um ano inteiro de trabalho extraordinário, o que poderá representar, para alguns deles, uma dívida de cerca de 20 mil euros, à qual acrescem os retroativos a que os enfermeiros têm direito desde 2018, com uma dívida de montante semelhante".
Contactado pela agência Lusa, o Gabinete de Comunicação da ULSA disse não ter ainda dados disponíveis sobre a adesão à greve, mas adiantou que, em 16 de setembro, a administração da Unidade comunicou ao sindicato que as situações apresentadas iriam ser "progressivamente resolvidas no âmbito das competências da ULSA", lamentando, por isso, que o SEP tenha decidido manter a greve convocada para hoje.
"A Administração lamenta esta decisão, sublinhando, no entanto, que continua empenhada em encontrar soluções que correspondam às preocupações manifestadas, no respeito pelas condições de trabalho, pela qualidade da prestação de cuidados e valorização dos trabalhadores", acrescentou.
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