2596 cirurgias foram canceladas num ano

No ano passado, o número de cirurgias programadas que foram canceladas no Centro Hospitalar do Algarve (CHA) atingiu as 2596, o que se traduz num aumento de 284 em comparação com 2014, segundo dados do Ministério da Saúde, a que o CM teve acesso. Este ano, até 18 de março, já foram efetuados 468 cancelamentos.

Muitas cirurgias programadas não se concretizaram devido a insuficiências do próprio CHA. Assim, no ano passado, a falta de meios técnicos motivou 133 cancelamentos, os erros administrativos 62, as avarias de equipamentos 40 e a falta de material 34. Houve ainda 135 operações adiadas por greves. No entanto, os principais motivos de cancelamento prenderam-se com a alteração do estado dos doentes (711) e atraso em operação anterior (475).

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Estes dados oficiais foram fornecidos pelo Ministério da Saúde na sequência de uma pergunta de deputados do Bloco de Esquerda, que apontaram o caso concreto de um doente, de 70 anos, que, em fevereiro, deu entrada no hospital de Faro para ser operado a um cancro agressivo da próstata. Foi internado, mas acabou por não ser operado por falta de anestesista.

O Governo confirma que existe uma grande carência de profissionais desta área no Algarve. Em março deste ano, existiam 19 no hospital de Faro, dos quais 6 encontravam-se ainda em formação pré-carreira, e apenas sete em Portimão (estando um em pré-carreira).

O Ministério da Saúde revela que o número de anestesistas desejáveis seria de 29 na capital algarvia e de 14 na unidade de Portimão. Mas os concursos que foram abertos ficaram "sempre desertos".

Assim, as alternativas encontradas para minimizar o problema passam pelo recurso a "contratos individuais sem termo", bem como a "avenças e prestação de serviços por intermédio de empresas" e o "recurso ao trabalho extraordinário".