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Açores sem guias de montanha suficientes para fazer face à procura do turismo

Tutela revela que "por diversas razões, muitos dos guias de montanha formados nesse período não exercem a função de guia".

09 de setembro de 2025 às 13:42

Os Açores estão sem guias suficientes para fazer face à procura de visitação da montanha do Pico, que registou em 2024 um aumento de 18%, disse à Lusa fonte da Secretaria Regional do Ambiente.

Os dados recolhidos desde 2022 - momento a partir do qual a gestão da Casa da Montanha, no Pico, transitou para a Secretaria Regional do Ambiente e Ação climática - revelam que a procura "tem vindo a crescer, verificando-se em 2024 um aumento de cerca de 18% face a 2023".

Apesar de terem sido promovidos 22 cursos de guia de parques naturais dos Açores, em todas as ilhas, e três cursos de guia da montanha do Pico, entre 2015 e 2020, permitindo formar "mais de meia centena de guias de montanha até à data", a tutela refere que, "por diversas razões, muitos dos guias de montanha formados nesse período não exercem a função de guia no Pico".

Segundo a secretaria regional, este fator "tem vindo a provocar carência de recursos humanos para que as empresas possam fazer face à procura de visitação, sobretudo durante a época alta".

A montanha do Pico é muito procurada por turistas na época alta, podendo a subida ser feita com recurso a guias ou de forma autónoma, mediante o cumprimento de determinadas regras que salvaguardam a segurança dos visitantes.

A Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática abriu pré-inscrições para os cursos de guia do parque de natural de ilha do Pico e guia da montanha, sendo que também estão abertas as inscrições para a formação de guia de parque natural dos Açores, com previsão de realização "no último trimestre deste ano".

Atualmente, o regulamento de acesso à montanha do Pico define uma capacidade máxima de carga de 320 visitantes por dia e de 160 visitantes em simultâneo, sendo a pernoita na cratera condicionada a 32 visitantes por dia.

A tutela admite, contudo, um decréscimo de 35% nas escaladas à montanha do Pico no primeiro semestre do ano, o que "não acompanhou a tendência de crescimento observada em anos anteriores, apresentando valores semelhantes aos do ano de 2022".

Segundo o Governo Regional, entre os principais fatores que poderão justificar esta variação "estão as condições meteorológicas particularmente adversas no início do ano", nomeadamente "a ocorrência de neve até ao mês de abril", que "limitou o acesso seguro ao topo da montanha".

Acresce a "emissão de vários alertas por parte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que levou à interdição temporária ou à não recomendação de subida por motivos de segurança, conforme está estabelecido no regulamento de acesso à montanha do Pico", o que "terá condicionado o normal funcionamento das atividades e influenciado a decisão dos visitantes e operadores turísticos".

A montanha do Pico é uma área protegida especial, integrada no Parque Natural da Ilha do Pico, abrangendo a Zona Especial de Conservação da Montanha do Pico, Prainha e Caveiro, no âmbito da Rede Natura 2000.

Está classificada como geossítio prioritário de relevância internacional do Geoparque Açores -- Geoparque Mundial da UNESCO (sigla em inglês da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e constitui o ponto mais alto de Portugal, com 2.351 metros.

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