Aumentos salariais e direitos laborais foram as principais razões dos protestos.
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A conflitualidade laboral voltou a baixar em 2017, com pouco mais de 200 greves realizadas em vários setores de atividade e mais de uma centena de manifestações e concentrações em todo o país.
Segundo dados da CGTP, contabilizados pela agência Lusa, que os cruzou com o seu noticiário, foram realizadas ao longo ano que findou 216 greves, 38 das quais parciais.
Para demonstrar o seu descontentamento, os trabalhadores realizaram também 79 manifestações e concentrações e 19 plenários com expressão pública.
Estes dados podem sempre pecar por defeito, tendo em conta a falta de dados oficiais.
Em 2016 foram emitidos 488 pré-avisos de greves, segundo dados da Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), e em 2015 tinham sido registados 811 pré-avisos.
No entanto, é possível que o número de greves concretizadas nestes dois anos tenha sido inferior ao número de pré-avisos que deram entrada na DGERT, dado que algumas delas podem ter sido desconvocadas, como aconteceu ao longo de 2017.
Em 2017 os trabalhadores do setor da hotelaria, restauração, cantinas, alimentação e bebidas fizeram 23 greves, uma das quais parcial, entre janeiro e dezembro, em defesa de aumentos salariais, dos direitos laborais e dos seus postos de trabalho.
Estes trabalhadores fizeram ainda sete concentrações junto às empresas e aos ministérios do Trabalho e da Economia.
Os trabalhadores da indústria do vidro, cimento e da construção fizeram quatro greves, uma das quais parcial, e duas concentrações, por aumentos salariais.
No setor do comércio e serviços foram feitas 25 greves, duas das quais parciais, e sete concentrações.
Na função pública (administração central e local) realizaram-se 20 greves, das quais três ao trabalho extraordinário e três parciais, concretizadas ao longo do ano pelos trabalhadores dos museus, da saúde, da educação, das autarquias, entre outros, que também protestaram em nove concentrações e vigílias.
A precariedade, os salários e o horário de trabalho foram os principais motivos dos protestos dos funcionários públicos que paralisaram a nível nacional em 26 de maio.
Os professores também fizeram uma greve nacional em novembro.
O setor da saúde destacou-se na conflitualidade laboral geral, não tanto pelo número de paralisações, mas sobretudo pelo impacto destas no quotidiano dos utentes dos serviços.
Por isso, o número de protestos realizados pelos profissionais da saúde não foi somado ao total da função pública, embora se tratem de trabalhadores da administração pública.
Os enfermeiros fizeram quatro greves, uma delas de zelo, e uma concentração. Mas só em outubro foram feitas greves nacionais, em dois períodos diferentes, num total de cinco dias.
Além destas, é de salientar a greve dos enfermeiros de saúde materna e obstetrícia, que durou cerca de quatro meses, durante os quais estes profissionais suspenderam as suas funções de especialistas por não estarem a ser pagos como tal.
Os médicos fizeram três greves, a primeira das quais de dois dias.
Os trabalhadores da saúde, da área do diagnóstico e da terapêutica, fizeram cinco greves por motivos relacionados com as carreiras.
No dia 24 de novembro realizou-se uma greve geral dos trabalhadores da saúde (sem médicos e enfermeiros), que levou ao cancelamento de muitos serviços previamente agendados.
Os trabalhadores da indústria metalúrgica, gráfica, petrolífera, elevadores, elétrica e eletrónica, estaleiros navais e Autoeuropa, entre outros, fizeram 61 greves, 13 das quais parciais.
Fizeram ainda 19 manifestações e concentrações junto a empresas e junto de vários ministérios para defender postos de trabalho, aumentos salariais e direitos.
No setor têxtil foram feitas sete greves, uma das quais parcial e quatro manifestações, maioritariamente contra salários em atraso.
Nos transportes foram feitas 18 paralisações ao longo de 2017, 10 das quais parciais, e 14 manifestações em defesa do respetivo contrato coletivo de trabalho e de melhores salários.
Os trabalhadores dos correios fizeram seis greves, duas delas parciais, e quatro protestos de rua contra a falta de efetivos e a degradação do serviço prestado.
Na área das telecomunicações foram concretizadas quatro greves e 15 manifestações em defesa dos postos de trabalho.
Os trabalhadores do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas e dos seus Serviços de Assistência Médico-Social fizeram duas greves e uma manifestação, em janeiro e março, pelo direito à negociação e pelo cumprimento do Acordo de empresa.
No setor das limpezas e da vigilância foram feitas sete greves, uma delas aos feriados, e nove concentrações.
Os trabalhadores do Arsenal do Alfeite fizeram uma greve em outubro e os trabalhadores do setor da defesa realizaram uma greve nacional em maio.
O pessoal de apoio da aviação civil, desde seguranças a operadores de bagagem, fez sete greves, uma delas parcial e outras ao trabalho extraordinário.
Os trabalhadores dos 'call center' (centros de atendimento) fizeram oito greves, duas delas parciais em defesa de melhores salários e contra a precariedade.
Os trabalhadores da ASAE fizeram uma greve e os policias e guardas fizeram seis protestos de rua.
Os guardas prisionais fizeram três greves, uma parcial, e uma vigília.
Os mineiros fizeram três greves, cada uma delas com vários dias.
Os estivadores paralisaram em julho e os farmacêuticos em julho e agosto.
A maior parte dos protestos realizados em 2017 foram promovidos por estruturas sindicais da CGTP.
A central sindical promoveu uma única manifestação nacional, em novembro, em defesa da valorização do trabalho e dos trabalhadores, além da manifestação do 1.º de Maio, como é habitual.
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