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Anuário 2024: do drama do Orçamento do Estado ao regresso de Trump

O CM elegeu a aprovação do Orçamento e Montenegro como o facto e a figura do ano.

24 de dezembro de 2024 às 01:30

O facto do ano 

1º. Aprovação do Orçamento. Como todas as boas novelas, a negociação do Orçamento teve um enredo de peripécias, enganos, mentiras e traições. No centro da discórdia, a descida do IRC e o IRS Jovem. Montenegro insistia que quem governa é o Governo e que não abdicava “daquilo que é a nossa política económica”. Pedro Nuno Santos contrapunha, ao jeito de ameaça, ou cedem ou votamos contra. O duelo durou semanas. O Chega ainda tentou entrar na luta, mas sem sucesso. Ventura garantiu que foi traído pelo primeiro-ministro, mas o assunto morreu pouco depois. Quando chegou a hora da verdade, Montenegro - que antes tinha aberto os cordões à bolsa com professores, políticos, médicos, militares, diplomatas e muitos outros - acabou a cantar vitória. O Governo viu o Orçamento aprovado, graças à abstenção do PS. Avaliando os factos e as circunstâncias, os socialistas entenderam que ainda é cedo para ir a eleições. A ver vamos o que acontece com o próximo.

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Aprovação do Orçamento

2º. Caos na Saúde. Havia um plano para a Saúde, mas quem precisa ir a uma urgência não sentiu melhorias. São horas infindáveis de espera. O caos é tal, que o ‘bebé de 2025’ pode muito bem nascer à beira da estrada.

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Caos na saúde

3º Vale de Judeus. Cinco perigosos reclusos escaparam da prisão, em plena luz do dia. Umas cordas e uma escada foram suficientes para fugir de uma cadeia de alta segurança. Um episódio caricato, que envergonhou o País.

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Vale de Judeus

Figura do ano

1º. Luís Montenegro. Devolveu o poder aos sociais-democratas, após oito anos de governação socialista. Manteve a coerência ao resistir a fazer um acordo político de governação com o Chega - “não, é não” - e venceu o primeiro grande combate, ao conseguir aprovar o Orçamento do Estado para o próximo ano. Paralelamente, acudiu às reivindicações de várias classes profissionais, como os professores e os polícias. O ano de 2024 é todo dele.

Luís Montenegro
Luís Montenegro FOTO: Olivier Matthys/Lusa

2º. Amadeu Guerra. Íntegro, trabalhador, independente, disciplinado, frontal e leal, são qualidades do novo procurador-geral da República. O seu sucesso está indexado à qualidade do trabalho do MP. Tem exigido celeridade.

Amadeu Guerra
Amadeu Guerra

3º. Ruben Amorim. Devolveu ao Sporting a capacidade de conquistar títulos, mas abandonou os leões quando se perspetivava a sua melhor época em Alvalade. Já tinha sido assim no Casa Pia, na Câmara de Lobos e em Braga. 

Ruben Amorim
Ruben Amorim

Figura internacional do ano

1º. Donald Trump. Quando todas as sondagens apontavam para um empate técnico, na contagem dos votos a dúvida ficou desfeita de forma clara e inequívoca. Donald Trump ganhou em toda a linha. Toma posse dia 20 de janeiro, para um mandato que é visto com preocupação, quer do ponto de vista militar - ameaça deixar a NATO e cortar o apoio à Ucrânia, como forma de forçar a paz - quer económico, com a imposição de elevadas taxas às importações.

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Donald Trump FOTO: Direitos Reservados

2º. Papa Francisco. Somos todo, todos, todos filhos de Deus, mas ‘desmasculinizar’ a Igreja é um debate distante. O Papa, que acaba de completar 88 anos, tem feito mudanças, mas algumas já não serão no seu pontificado.

Papa Francisco
Papa Francisco

3º. Von Der Leyen. A primeira mulher a liderar a Comissão Europeia viu este ano renovada a confiança para um novo mandato. A defesa da casa comum e a transição energética são duas das suas prioridades.

Von Der Leyen
Von Der Leyen FOTO: Direitos Reservados

Facto internacional do ano

1º Guerra no Médio Oriente. A guerra no Médio Oriente, que já custou milhares de vidas, entre as quais a de muitas mulheres, idosos e crianças, acalmou no final do ano, depois de Israel decapitar o Hamas e o Hezbollah e de reduzir drasticamente a capacidade militar e operacional dos dois grupos, apoiados pelo Irão. Mas a região continua instável.

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Guerra no Médio Oriente

2º. Incerteza na Ucrânia. Trump promete acabar com a guerra rapidamente e, mesmo antes de tomar posse, vai falar com Zelensky e Putin. Será bem-sucedido? A verdade é que no teatro de operações não há sinais de abrandamento.

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Incerteza na Ucrânia

3º. Extrema-direita. Os partidos da extrema-direita ganham terreno em vários países. Nas eleições para o Parlamento Europeu conquistaram 189 deputados, cerca de um quarto dos representantes dos 27 Estados-membros.

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Extrema-direita

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