O Badoca Safari Park, em Santiago do Cacém, que está encerrado devido à pandemia de Covid-19, atravessa uma grave crise económica que pode "colocar em causa o seu futuro".
O parque que depende da receita da bilheteira para financiar a sua atividade, não conseguiu abrir como estava previsto dia 16 de março e a primeira medida tomada pela gerência foi colocar 22 dos 25 funcionários em lay-oof, para reduzir as despesas ao mínimo possível.
Neste momento, apenas três funcionários garantem os serviços de alimentação dos animais e a manutenção do parque, que conta com cerca de 400 animais de 75 espécies diferentes que vivem numa área de 90 hectares.
Francisco Simões de Almeida, sócio-gerente do Badoca, disse ao CM que "estamos parados a sobreviver, porque estamos fechados e os prejuízos que temos são muitíssimos. Perdemos todas as marcações que tínhamos das escolas, recebemos cerca de 15 mil alunos por ano. Perdemos a Páscoa que é o melhor período do ano, onde recebíamos milhares de visitantes."
"Temos aqui um problema muito sério porque além dos postos de trabalho temos a nosso cargo cerca de 400 animais que precisam de cuidados diários, alguns com dietas muito especificas, porque os animais precisam de mais do que o pasto que cresce no parque para se alimentar" explicou o responsável.
O responsável pelo parque que recebe anualmente 120 mil visitantes, não tem duvida que a continuidade da atividade que desenvolve há duas décadas pode estar em causa se a situação não se alterar rapidamente ou se não chegarem apoios "naturalmente que sim, nós somos um parque sazonal, funcionámos oito meses por ano, estávamos fechados desde novembro, devido a esta situação não conseguimos abrir e mesmo que consigamos abrir em junho ou julho, são já meses com poucas visitas e as receitas conseguidas nessa altura não vão permitir que nos consigamos manter durante o inverno onde estamos encerrados de novembro a março".
A gerência deste parque, assim como de outros que existem no país, aguarda que o Ministério da Agricultura, que é quem os tutela, apresente soluções que permita aos parques sobreviver durante esta período onde perderam todas as receitas.
"Estamos a bater a todas as portas. Já escrevemos para o Ministério da Agricultura, que é quem tutela a nossa área de atividade e também já enviámos cartas para os ministérios das Finanças, do Turismo, da Economia, mas não recebemos qualquer resposta", lamenta Francisco Simões de Almeida.
Este é um problema que afeta todos os parques em Portugal e por isso os contactos são efetuados através da Associação Ibérica de Zoos e Aquários.
"Não podemos esquecer que esta atividade engloba muitas pessoas, desde tratadores, zootécnicos, biólogos e veterinários e não se resume a alimentar os animais. Muitos destes animais precisam de instalações especiais porque são espécies raras e algumas delas correm o risco de extinção na vida selvagem" esclareceu o responsável.