'Phishing' é o esquema mais praticado em épocas como a Black Friday pela dificuldade que os utilizadores têm em detetá-lo.
Natal a chegar, presentes para comprar e pouco tempo disponível. A Black Friday de 2023 surge numa altura em que a maior parte das pessoas começa a preparar-se para a época natalícia e há quem já comece a aproveitar as promoções que neste momento estão a circular pelo universo digital. A Black Friday além de aliciar comerciantes e consumidores também atrai os cibercriminosos e para evitar o roubo de dados pessoais e bancários ouvimos dois especialistas que explicam como se proteger ao fazer compras online.
"O período da Black Friday e Cyber Monday, com várias campanhas de descontos online e ofertas, é uma oportunidade para conseguir bons negócios, mas também é um dos momentos mais oportunos para os cibercriminosos realizarem ataques", explica Isabel Baptista, coordenadora do Departamento de Desenvolvimento e Inovação do Centro Nacional de Cibersegurança.
De acordo com o último Relatório dos Sistemas de Pagamento do Banco de Portugal, o 'phishing' foi a fraude online mais comum em Portugal no ano de 2022. Este tipo de crime, em que o infrator se faz passar por uma entidade legítima para levar as pessoas a partilharem dados pessoais, é feito através de email. Sendo também o crime mais denunciado em 2022, o 'phishing' é o esquema mais praticado em épocas como a Black Friday pela dificuldade que os utilizadores têm em detetá-lo. A par com o ‘phishing’ está o ‘smishing’, o mesmo tipo de fraude mas via SMS.
"A Black Friday atrai mais fraudes porque as pessoas estão mais atentas às promoções, também mais propensas a receber SMS e emails das lojas e de determinados sites e vão automaticamente carregar nos links. Muitas vezes não tomam atenção se realmente aquilo vem de um endereço conhecido ou não", destaca José Gonçalves, engenheiro de sistemas sénior da Exclusive Networks Portugal.
Para evitar que a Black Friday se transforme numa dor de cabeça, o Correio da Manhã falou com dois especialistas em cibersegurança que dão 10 dicas para que possa aproveitar esta época de descontos sem ser vítima de fraudes.
#1 Utilizar sempre cartões virtuais em compras online
Ao fazer pagamentos na internet é sempre recomendado que se crie cartões mbway ou cartões virtuais para evitar a clonagem de cartões e transações indesejáveis de entidades fraudulentas. "
É muito normal que as pessoas nestas alturas, porque querem aproveitar uma promoção, ponham os dados do seu cartão de crédito sem terem em atenção se o site é legítimo ou não. Criar cartões de utilização única com uma quantidade de dinheiro limitado é a maneira fácil e prática de evitar o roubo de dados pessoais", explica José Gonçalves.
Uma outra prática antes de realizar o pagamento é perceber se faz sentido o valor que lhe é apresentado. Para Isabel Baptista, deve-se "estar alerta na hora de pagar devido a possíveis encargos adicionais" e guardar sempre os comprovativos do pagamento.
#2 Ter atenção às SMS promocionais que indicam um link externo
José Gonçalves relembra que é preciso ter atenção aos links externos enviados por números que se fazem passar por empresas ou transportadoras, em que é pedido que se aceda a um link para que a informação pessoal seja atualizada, por exemplo, para que se possa receber uma suposta encomenda.
José Gonçalves relembra que é preciso ter atenção aos links externos enviados por números que se fazem passar por empresas ou transportadoras, em que é pedido que se aceda a um link para que a informação pessoal seja atualizada, por exemplo, para que se possa receber uma suposta encomenda.#3 Utilizar computadores conhecidos e que sejam protegidos por sistemas de segurança como o antivírus
Deve utilizar um computador ou telemóvel pessoal ou profissional para fazer as compras online. Os computadores e os telemóveis empresariais têm sempre um sistema de segurança que consegue detetar entidades ilegítimas e não permite que o utilizador aceda a nenhum site que não seja confiável. Se o meio tecnológico utilizado for pessoal, a recomendação de José Gonçalves é que se aposte na aquisição de um antivírus. O especialista alerta ainda para a ilegitimidade dos antivírus gratuitos.
Deve utilizar um computador ou telemóvel pessoal ou profissional para fazer as compras online. Os computadores e os telemóveis empresariais têm sempre um sistema de segurança que consegue detetar entidades ilegítimas e não permite que o utilizador aceda a nenhum site que não seja confiável. Se o meio tecnológico utilizado for pessoal, a recomendação de José Gonçalves é que se aposte na aquisição de um antivírus. O especialista alerta ainda para a ilegitimidade dos antivírus gratuitos. #4 Atenção às mensagens de texto e de voz recebidas pela aplicação WhatsApp
Perceber se o número de onde é enviada a mensagem é realmente de alguém ou de uma entidade conhecida é o primeiro passo para compreender se o desconto apresentado é autêntico. Fazer uma chamada fora da aplicação é uma das soluções para detetar qualquer tipo de esquema fraudulento proveniente do WhatsApp. Recorde-se o mais recente e polémico crime nesta aplicação, denominado ‘Olá pai, olá mãe’. Segundo a PSP, de setembro de 2022 a janeiro de 2023 foram feitas 1205 queixas.
Perceber se o número de onde é enviada a mensagem é realmente de alguém ou de uma entidade conhecida é o primeiro passo para compreender se o desconto apresentado é autêntico. Fazer uma chamada fora da aplicação é uma das soluções para detetar qualquer tipo de esquema fraudulento proveniente do WhatsApp. Recorde-se o mais recente e polémico crime nesta aplicação, denominado ‘Olá pai, olá mãe’. Segundo a PSP, de setembro de 2022 a janeiro de 2023 foram feitas 1205 queixas.#5 Utilizar sites online específicos para confirmar se endereço apresentado é confiável
De acordo com o especialista José Gonçalves, existem alguns sites online que identificam o nível de legitimidade após o utilizador apresentar o email exposto na mensagem recebida ou no site.
De acordo com o especialista José Gonçalves, existem alguns sites online que identificam o nível de legitimidade após o utilizador apresentar o email exposto na mensagem recebida ou no site.#6 Ver comentários acerca do site e produtos que vende
Além de perceber se o tecido da roupa que quer comprar é bom ou se o preço do produto é realmente competitivo, nos comentários espalhados pelo universo online consegue-se também perceber se o respetivo site é de confiança ou se já houve registo de vítimas de cibercrimes. "Temos de fazer a nossa própria filtragem e identificar os comentários negativos", realça o especialista da Exclusive Networks Portugal.
É necessário "pesquisar, comparar e informar-se sobre a entidade vendedora", destaca ainda Isabel Baptista, do Centro Nacional de Cibersegurança.
É necessário "pesquisar, comparar e informar-se sobre a entidade vendedora", destaca ainda Isabel Baptista, do Centro Nacional de Cibersegurança.#7 Ligar para o contacto e deslocar-se até à loja física se tal informação estiver presente no site
Após navegar pelo site da marca que lhe apresentou um desconto imperdível é necessário que confirme os dados pessoais da entidade, que normalmente devem estar expostos na página online. Além de verificar o nível de confiança do email, deve também ligar e perceber quem responde do outro lado e, se existir uma localização a indicar uma loja física ou a sede da empresa em questão, deve deslocar-se ao local para tentar perceber se a informação está correta. A especialista Isabel Baptista destaca também a importância de ler com atenção a política de trocas e devoluções das lojas online, uma vez que estas podem colocar em causa um eventual bom negócio.
Após navegar pelo site da marca que lhe apresentou um desconto imperdível é necessário que confirme os dados pessoais da entidade, que normalmente devem estar expostos na página online. Além de verificar o nível de confiança do email, deve também ligar e perceber quem responde do outro lado e, se existir uma localização a indicar uma loja física ou a sede da empresa em questão, deve deslocar-se ao local para tentar perceber se a informação está correta. A especialista Isabel Baptista destaca também a importância de ler com atenção a política de trocas e devoluções das lojas online, uma vez que estas podem colocar em causa um eventual bom negócio. #8 Não confiar em publicações e publicidade só por esta aparecer nas redes sociais
O que a maior parte das pessoas pensa é que se existe publicidade é porque garantidamente o site é fidedigno. João Gonçalves garante que não é bem assim: "Há muitas pessoas que pensam que se apareceu no Instagram deve ser um site legítimo. Não é verdade. É só uma questão de publicidade. É preciso validar todas as informações do site".
O que a maior parte das pessoas pensa é que se existe publicidade é porque garantidamente o site é fidedigno. João Gonçalves garante que não é bem assim: "Há muitas pessoas que pensam que se apareceu no Instagram deve ser um site legítimo. Não é verdade. É só uma questão de publicidade. É preciso validar todas as informações do site".#9 Ter em atenção os caracteres dos links
Um link de uma marca conhecida normalmente apresenta-se com caracteres que identificam de imediato a entidade e se no meio dos caracteres que formam o link aparecer um que não faz sentido é motivo para estar atento.
"Alguns caracteres especiais e estranhos podem vir na formatação do texto e nesta altura, com esta agitação, em que as pessoas já estão a pensar no natal e querem aproveitar as promoções, é natural que passe despercebido e vão para um site que foi criado com o intuito de recolher informações pessoais", destaca José Gonçalves.
#10 Desconfiar, sempre, de produtos com preços muito abaixo do valor de mercado
Se tudo correr mal e for apanhado nas malhas do cibercrime, o primeiro passo é contactar as entidades responsáveis pelos dados bancários e cancelar ou suspender o cartão de crédito utilizado. Após perceber que não vão existir mais transações indesejáveis, o passo seguinte é ligar para as autoridades e reportar a situação. Depois de a queixa ser feita à GNR, PJ ou PSP, a eliminação do site fraudulento não é imediata. Além de reportar a situação às autoridades, Isabel Baptista recomenda que se contacte a Linha Internet Segura através do email (linhainternetsegura@apav.pt) ou do número de telefone que é gratuito (800 21 90 90).
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