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Artigo exclusivo

Cerca de 150 pessoas estão sem água há mais de uma semana em bairro ilegal de Setúbal

Moradores em bairro ilegal temem contágio de Covid-19.

26 de outubro de 2020 às 01:30

Por se tratar de um bairro ilegal, os moradores não têm direito a contadores de água e há uma semana que nas torneiras daquelas famílias quase não sai nada.

Dioneuza da Conceição foi mãe há menos de um mês. É deficiente motora. Por não ter dinheiro para alugar uma casa, mudou-se para a Quinta da Parvoíce. Sem água e com um bebé recém-nascido as dificuldades aumentaram. "Tenho muito medo da Covid-19. Se o vírus entra no bairro vai ser complicado. Sem água ainda pior. Tenho um acumulado de roupa do bebé, por lavar. Para dar banho junto gota a gota. Para o biberão compro água mineral mas com dinheiro para papas fica difícil viver", explica ao CM.

Há dois anos que Dioneuza fez o pedido de habitação social mas nem a gravidez, nem o parto, lhe permitiram esse benefício. "Este é o único sítio onde consigo viver. Tenho muito medo da humidade da casa, por causa do meu filho. Chove na sala. Devido à deficiência, tenho de rastejar mas não consigo rastejar pelas escadas, para o quarto, com o bebé ao colo. Tenho sempre de pedir ajuda", conta.

No dia da entrevista, da torneira da cozinha de Dioneuza não saía nem uma gota.

A Águas do Sado, que gere a rede de água da cidade, garante que está a fazer obras junto àquele local, mas os prazos de término dos trabalhos são adiados de dia para dia e os moradores já não acreditam que voltarão a ter água.

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