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Cheiro a "azeitona" voltou às ruas de Lisboa e este é o motivo

Especialista em análise de qualidade do ar explica que a mudança de direção dos ventos vai ajudar a deixar de sentir o cheiro incómodo.

10 de fevereiro de 2025 às 15:28

O cheiro atípico associado a "azeitona" e "acre" voltou a ser sentido esta segunda-feira nas ruas da região de Lisboa. Segundo a especialista em análise de qualidade do ar, Sofia Teixeira, em causa está o processamento de bagaço de azeitona produzido em fábricas na zona do Alentejo.

O conhecido verso associado à capital "Cheira bem, cheira a Lisboa" começa a ser colocado em causa pelo cheiro a azeitona que tem vindo a ser sentido com mais frequência. Em janeiro de 2024, o mesmo cheiro a azeitona invadiu a região de Lisboa e Vale Tejo e chegou a incomodar muitos habitantes, contudo, quando o vento mudou o odor também deixou as ruas. 

Segundo o que o CM apurou junto de Sofia Teixeira, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a causa do cheiro está diretamente "associada às condições meteorológicas" e à "mudança dos ventos" que afetam a região da capital. 

A especialista explicou que durante as "00h00 e às 9h desta segunda feira" foi o período em que se sentiu com mais intensidade", uma vez que o vento que afeta a área normalmente vem de "norte" e esta madrugada a especialista caracteriza-o como "vento quadrante de sudeste". 

A convergência da direção do vento com a produção frequente de bagaço na zona do Alentejo, mais concretamente em Ferreira do Alentejo, levou a que o odor viajasse quilómetros e ficasse acumulado na área da Grande Lisboa. A especialista explica ainda que em causa está a "inversão térmica que provocou o efeito de capacete" do odor na atmosfera.

Impacto na saúde

A área mais afetada é Lisboa e Vale do Tejo, sendo que a cientista revela que há testemunhos de incómodo em Sintra, Odivelas, Mafra, Almada e até Setúbal. 

Até ao momento, os relatos revelam apenas desconforto e incómodo com o odor que pode voltar a qualquer momento. Contudo, a especialista defende que deveria ser "estudado o impacto na saúde das populações junto às produções", podendo este ter resultados significativos. 

A investigadora prevê que o odor deixe de ser sentido já durante a tarde desta segunda-feira, uma vez que o quadrante dos ventos muda e a precipitação é esperada para quarta-feira. 

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