page view

Chuva da ‘Elsa’ e ‘Fabien’ não trava seca no Sul

Bacias do Sado e Barlavento algarvio continuam a metade da média dos últimos 30 anos.

04 de janeiro de 2020 às 08:36

As fortes chuvadas de dezembro, provocadas pela passagem das tempestades ‘Elsa’ e ‘Fabien’, fizeram subir muito o nível da água armazenada nas barragens, mas não chegaram para travar a situação de seca no Sul do País.

As bacias hidrográficas do Sado e do Barlavento algarvio subiram ligeiramente, mas continuam praticamente a metade dos valores médios para dezembro dos últimos 30 anos. As bacias do Guadiana e do Mira também estão abaixo da média, mas a situação é menos grave. Já a bacia do Arade subiu para valores acima da média, segundo o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos.

"As chuvas foram mais concentradas no Norte e no Centro, o que é compatível com o cenário previsto devido às alterações climáticas. É um problema que o País vai ter de enfrentar", disse ao CM Rodrigo Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico, acrescentando: "Se até abril não chover o suficiente, será complicado". Para o especialista em recursos hídricos, para minorar o problema é preciso "um melhor uso da água e controlo do desperdício", sendo ainda necessário "equacionar novas infraestruturas para armazenar água".

A chuva de dezembro fez subir a água armazenada em 11 das 12 bacias hidrográficas. A que mais subiu em relação a novembro foi a bacia do Tejo, que passou de 58,4% para 88,5% da capacidade total. A barragem de Castelo de Bode subiu 15,9 pontos percentuais, para os 95,4%, e a barragem de Montargil quase duplicou o volume de água - de 37,1% para 73,1% da capacidade. As bacias do Douro também subiram: 19,2 pontos percentuais para 86,6%. O Ave atingiu os 93,9% e o Lima 86,1%.

A única bacia hidrográfica que desceu foi a do Mondego, que passa de 76,3% para 75,2%. "Terá sido necessário libertar água porque as barragens estavam cheias", afirma Rodrigo Oliveira. Foi precisamente no Mondego que a chuva provocou mais estragos, com o rebentamento de dois diques em Montemor-o-Velho.

Mau tempo causa prejuízos de 18,2 milhões de euros

As tempestades ‘Elsa’ e ‘Fabien’ provocaram prejuízos de 18,2 milhões de euros, segundo um inquérito da Associação Portuguesa de Seguradores junto dos seus associados. Dados provisórios indicam que foram participados perto de 10 mil sinistros cobertos por seguros.

Cerca de 90% dos custos são relativos a seguros de habitações e seguros de atividades comerciais e industriais. O mau tempo provocado pela tempestade ‘Elsa’, entre 18 e 20 de dezembro, a que se juntou no dia 21 a depressão ‘Fabien’, fez três mortos e deixou mais de 100 pessoas desalojadas. Provocou ainda danos em habitações, linhas de comboio, estradas e na rede elétrica.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8