Partidos apresentaram propostas distintas para solucionar problema.
Os deputados reconheceram esta sexta-feira que os investigadores e professores do ensino superior perderam poder de compra desde o início do século, durante a discussão de várias propostas para corrigir o problema e aumentar salários.
Durante quase uma hora, os parlamentares discutiram cinco propostas que nasceram de um estudo e de uma petição lançada pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), que revelou que o poder de compra real dos professores e investigadores diminuiu quase 30% entre 2004 e 2023.
Perante este cenário, três bancadas parlamentares apresentaram projetos de resolução semelhantes com recomendações ao Governo: o PS pediu a valorização da carreira da docência e a de investigação científica, o Bloco de Esquerda apelou às "valorizações remuneratórias dos docentes do ensino superior" e o PAN defendeu a "valorização dos investigadores e dos docentes do Ensino Superior".
Já o Livre apresentou um projeto de lei que defende uma "progressão salarial dos Investigadores e dos Docentes Universitários mais rápida e justa".
A deputada do Livre Filipa Pinto recordou que estes trabalhadores são dos que têm mais formação no país, defendendo que é preciso acelerar os aumentos salariais através de uma subida mais rápida de escalão.
Assim, em vez dos atuais seis anos consecutivos de avaliação máxima para conseguir progredir de escalão, o Livre pede que baixe para quatro anos.
O debate desta sexta-feira serviu também para criticar políticas, com Isabel Ferreira, do PS, a acusar a atual equipa governativa de "uma atuação errática que valoriza apenas determinadas carreiras" e põe em causa "a equidade de algumas funções", ao contrário do Governo socialista que desenvolveu medidas "de valorização, capacitação e rejuvenescimento transversais a toda a administração pública".
Também Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, criticou o Governo por "continuar a achar que se pode evitar a emigração de jovens qualificados portugueses com isenções fiscais, que não passam de profundas injustiças que deixam à tona e mostram uma realidade de baixos salários que é promovida e alimentada pela Administração Pública e pelas instituições de ensino superior".
A deputada bloquista recordou que a falta de professores nas escolas de ensino não superior é também resultado de uma desvalorização constante da carreira dos professores do ensino superior e por isso, o Bloco de Esquerda, apresentou uma proposta que garanta "valorizações remuneratórias aos docentes".
Já Gabriel Mithá Ribeiro alargou as críticas, considerando que o problema é mais antigo. Para o deputado do Chega, houve irresponsabilidade na forma como a classe política tratou nos últimos anos investigadores e professores: "Há mais de uma década que as comunidades académicas se queixam de condições cada vez piores", sublinhou.
"Com as mesmas qualificações uns auferem 1.600 euros e outros 3.600 euros", criticou o deputado do Chega, que também apresentou um projeto de resolução que recomenda ao Governo que cesse com as discrepâncias existentes entre investigadores na Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Paulo Núncio, do CDS-PP, lembrou o trabalho feito agora pelo Governo na revisão da carreira de investigador, recordando que o estatuto atualmente em vigor "é mais velho do que muitos dos investigadores que trabalham agora".
Em nome da bancada da Iniciativa Liberal, a deputada Patrícia Gilvaz acusou as propostas em discussão de "perpetuarem a permanência e ineficiência das instituições", uma vez que se resumem a ser apenas uma opção por "mais Estado, mais Estado e mais Estado".
"Precisamos de um sistema livre e competitivo onde professores e investigadores sejam valorizados pelo mérito", defendeu a deputada da IL, numa reação às propostas que serão votadas apenas na próxima semana.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.