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Diretor do SNS desvaloriza demissões no Santa Maria e garante que não afeta construção do "maior bloco de partos do país"

Responsável recordou que "vão ser investidos ali mais de três milhões de euros".

26 de junho de 2023 às 14:13

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, disse esta segunda-feira que as demissões na obstetrícia do hospital de Santa Maria, em Lisboa, não obscurecem que ali será criado o "maior bloco de partos do país".

"Há aqui alguma discussão do ponto de vista das lideranças do serviço em si, agora isso não obscurece que a questão mais relevante é que vamos ter um serviço novo no próximo ano, será, eventualmente, o maior bloco de partos do país, o mais diferenciado", disse esta segunda-feira Fernando Araújo em Matosinhos (distrito do Porto), numa visita ao Centro de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP) da Unidade Local de Saúde (ULS).

O responsável recordou que "vão ser investidos ali mais de três milhões de euros", algo que "é bom para todos: para os profissionais - dá-lhes segurança, qualidade - e para as utentes, que vão ter condições únicas de humanização", referiu.

"Para as grávidas, a resposta continua totalmente íntegra, não há nenhuma limitação, restrição ou qualquer questão de segurança na resposta às grávidas, elas podem estar tranquilas que o serviço de obstetrícia continua a responder com enorme tranquilidade e segurança às suas necessidades", disse ainda Fernando Araújo sobre as condições atuais de operação da obstetrícia naquela unidade.

Na sexta-feira, os chefes e subchefes das equipas de urgência, com exceção de um, do serviço de obstetrícia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, apresentaram demissão do cargo, confirmou à agência Lusa a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

Sobre as razões da demissão dos responsáveis, que foi avançada pela SIC Notícias, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, afirmou que vem na sequência de o Conselho de Administração ter comunicado o encerramento do serviço de obstetrícia devido às obras da nova maternidade do Hospital Santa Maria, que integra o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN).

Esta segunda-feira, sobre as demissões, Fernando Araújo disse que "agora importa dialogar, envolver", tendo "a certeza que todos estarão do lado da solução, que é criar melhores condições de trabalho e de resposta às utentes".

"Isto é por um bem maior, é termos melhores condições de trabalho, ninguém quer o contrário disso, e portanto acho que, havendo esse envolvimento que está a acontecer com o Conselho de Administração, com os profissionais, chegaremos seguramente a bom porto nesse sentido", acrescentou, sobre as demissões.

No dia 19, o CHULN divulgou a decisão de afastar a direção do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina de Reprodução (que inclui Diogo Ayres de Campos e a diretora de Obstetrícia, Luísa Pinto), alegando que a estrutura vinha a assumir posições que, "de forma reiterada, têm colocado em causa o projeto de obra e o processo colaborativo com o Hospital São Francisco Xavier, durante as obras da nova maternidade do HSM [Hospital Santa Maria]".

O que está previsto é que, enquanto o bloco de partos do Hospital de Santa Maria estiver fechado para obras - nos meses de agosto e setembro -, os serviços fiquem concentrados no Hospital S. Francisco Xavier (Centro Hospitalar Lisboa Ocidental), que encerrava de forma rotativa aos fins de semana e, a partir de 01 de agosto, volta a funcionar de forma ininterrupta sete dias por semana.

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