Doenças Sexualmente Transmissíveis que estavam esquecidas ressurgiram nos últimos anos e estão a preocupar os médicos.
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Um milhão de pessoas contrai doenças sexualmente transmissíveis (DST) em todo o Mundo por dia, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Os números têm subido desde o início do século XXI. A SIDA e a expansão do uso do preservativo na década de 80 do século passado provocou uma regressão das DST, mas neste século a tendência inverteu-se.
Em Portugal, a sífilis e a gonorreia, doenças de notificação obrigatória, duplicaram o número de casos entre 2014 e 2016. A sífilis passou de 367 para 773 casos; a gonorreia, de 206 para 474.
A clamídia passou a ser de notificação obrigatória em 2015, tendo havido 162 casos nesse ano e 195 em 2016. Isto enquanto os casos de VIH continuam a descer - em 2017 houve 10,3 infeções por 100 mil habitantes, metade dos valores de 2007.
"As doenças venéreas já estavam no esquecimento, até deixaram de ser parte das formações dos médicos. Foi anunciado o fim das DST e os médicos descansaram, mas os micróbios não", explica a médica Jacinta Azevedo, especialista em Dermatovenereologia, considerando que "a liberalização dos costumes e o acesso a novos meios de contacto pela internet levou a um aumento de casos neste século".
A clínica admite contudo que o número de casos é até superior, porque há sempre "subnotificação", apesar de o acesso online desde 2015 ter facilitado a vida aos médicos.
Muitas vezes as pessoas não sabem que têm uma doença. "O problema maior é que muitas pessoas infetadas não têm sintomas, sobretudo na sífilis, que é uma doença manhosa", afirma Jacinta Azevedo, que coordena a consulta de DST no Centro de Saúde da Lapa, Lisboa, acrescentando: "As pessoas que sabem que correram riscos devem fazer análises à sífilis, gonorreia e clamídia."
A médica nota contudo que os exames à clamídia não integram a tabela dos meios complementares de diagnóstico convencionados. "Sendo uma doença de declaração obrigatória, é estranho que o teste diagnóstico não possa ser pedido pelos médicos de família nos centros de saúde, sendo os utentes obrigados a pagar", critica.
Jacinta Azevedo explica que em Lisboa há consulta aberta de DST no Hospital dos Capuchos e no Centro de Saúde da Lapa. No Porto, os hospitais de S. João e de Santo António têm "consultas semiabertas".
Mas a maioria das pessoas recorre às Urgências dos hospitais quando há suspeitas de ter contraído uma DST. "Estou a exercer aposentada, caso contrário a consulta na Lapa já tinha fechado. Estamos a lutar para que haja respostas de cuidados de saúde, mas os serviços hospitalares são cada vez mais reduzidos", explica a médica de 67 anos.
"Problema de saúde pública"
Irina Ramilo - Ginecologista e Obstetra
CM – As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são um problema de saúde pública?
Irina Ramilo – É um problema de saúde pública importante. Cabe primeiro aos médicos de Medicina Geral e Familiar informar os utentes. A área da ginecologia tem também um papel. É um assunto que abordo sempre nas consultas com adolescentes.
– Quais as DST que mais preocupam?
– A que mais preocupa é sempre o VIH/Sida mas depois há as hepatites, herpes genital, sífilis, clamídia e gonorreia.
– Por vezes não há sintomas...
– Ou há manifestações clínicas, como feridas e úlceras, ou pode ser assintomática, como nas hepatites e no VIH.
–É preciso fazer exames?
– Se houver suspeitas deve recorrer ao médico de família. Hoje há casais que, quando iniciam uma relação, concordam em fazer exames para verificar se têm alguma DST.
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