Presidente da SRCentro classifica situação como "absolutamente inadmissível porque promove a criação de cadeias de transmissão".
O serviço de urgência do Hospital Geral (Covões) do Centro Hospital e Universitário de Coimbra (CHUC) encontra-se numa situação de rutura, revelou esta quarta-feira a Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros, após uma visita àquela unidade.
"Na sequência do agravamento da situação pandémica da covid-19, com impacto crítico nos serviços hospitalares, a SRCentro levou a cabo uma visita à Urgência dos Covões, tendo verificado que este serviço se encontra em completa rutura", refere um comunicado enviado à agência Lusa.
Salientando que a unidade hospitalar de referência para a covid-19 no distrito de Coimbra está "numa situação insustentável", a nota adianta que o cenário "é catastrófico, em que os enfermeiros não conseguem garantir a segurança, vigilância e a qualidade mínima que é exigida aos cuidados prestados à população".
Segundo o presidente da estrutura representativa dos enfermeiros, já foram abertos todos os espaços disponíveis, incluindo a sala de acompanhamento, mas "atingiu-se o limite ao nível da estrutura física".
"Veem-se doentes admitidos sem estarem garantidas as distâncias de segurança, enquanto outros esperam por uma vaga dentro das ambulâncias", garantiu Ricardo Correia de Matos, que visitou o serviço na segunda-feira, acompanhado do presidente do Conselho de Enfermagem Regional, Pedro Lopes.
De acordo com o comunicado, durante a visita "ficou claro que é completamente impossível separar doentes positivos para a covid-19 dos doentes suspeitos que aguardam o resultado do teste".
Para o presidente da SRCentro, esta situação "é absolutamente inadmissível porque promove a criação de cadeias de transmissão".
Para agravar este caos, refere o dirigente, "não existem assistentes operacionais que garantam uma eficaz higienização dos espaços comuns, nem motoristas suficientes para procederam ao transporte inter-hospitalar, à remoção de cadáveres ou ao transporte de medicamentos".
Além disso, "segundo os testemunhos relatados pela equipa de enfermagem das urgências do Hospital dos Covões, a partilha de informação com familiares não está assegurada, motivo pelo qual alguns profissionais de saúde terão já recebido ameaças de agressão", revelou Ricardo Correia de Matos.
"Sabemos que há enfermeiros com apenas duas folgas no mês de Janeiro. À data, a equipa de enfermagem totaliza cerca de 3.500 horas extraordinárias, o que corresponde a um défice de mais de 28 enfermeiros, o que torna a situação é insustentável", sublinhou.
Segundo o presidente da SRCentro, o Hospital dos Covões necessita urgentemente de "investimento em recursos humanos (enfermeiros, técnicos de limpeza e motoristas), equipamentos e material, especificamente oxigénio".
Ricardo Correia de Matos recorda que, em plena pandemia, entre os meses de julho e dezembro de 2020, o Governo "deixou emigrar mais de 1.000 enfermeiros, negando aplicar medidas similares aos parceiros europeus, quando alteraram os padrões remuneratórios e procederam à contratação de todos os profissionais disponíveis, inclusive, enfermeiros portugueses".
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