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Estudo aponta pesca do atum como a mais vulnerável às alterações climáticas

Organização afirma a necessidade de uma maior cooperação internacional.

20 de novembro de 2025 às 18:47

A organização promotora da pesca sustentável Marine Stewardship Council (MSC) alertou esta quinta-feira, véspera do Dia Mundial da Pesca, que a pesca do atum é a mais vulnerável às alterações climáticas.

A MSC refere, em comunicado, que espécies altamente migratórias como o atum "alteram as suas rotas em busca de águas mais frias à medida que as temperaturas dos oceanos aumentam", dando o exemplo das deslocações de oeste para leste observadas no oceano Pacífico e do atum-rabilho, que regressou recentemente às águas britânicas "possivelmente devido à procura de temperaturas mais adequadas ou ao seguimento dos cardumes de presas que mudam para o norte".

As migrações "podem levar os atuns a surgir em novas jurisdições ou em alto mar, tornando-os sujeitos a diferentes regimes regulamentares".

De acordo com a MSC, a mobilidade dessas espécies pode ter como consequência o aumento de desacordos entre governos relativamente às quotas de captura permitidas, pondo em risco a sustentabilidade das pescas.

A organização afirma a necessidade de uma maior cooperação internacional, "permitindo que as quotas de pesca de cada país se ajustem em resposta às alterações observadas nas populações" e destaca também ser "necessário que os governos reduzam ainda mais as emissões de gases com efeito estufa, minimizando o seu impacto nas alterações climáticas e promovendo a sustentabilidade da pesca para garantir recursos para as gerações futuras".

O gestor do Projeto Atum do programa das Nações Unidas Oceanos Comuns, Joe Zelasney, diz, citado no comunicado, que "as alterações climáticas vão criar vencedores e perdedores nas pescarias de atum, com impactos potencialmente devastadores para algumas pequenas economias insulares em desenvolvimento".

Usando a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30) como contexto, o diretor da MSC para Espanha e Portugal, Alberto Martín, apelou, também no comunicado, aos governos "para que colaborem na gestão das populações de peixes e garantam que vão trabalhar para lá das suas fronteiras, protegendo as espécies do declínio".

O estudo da MSC, intitulado "Riscos das alterações climáticas para a pesca sustentável futura com base em dados de selos ecológicos de produtos do mar", contou com o apoio do Projeto Atum do Programa Oceanos Comuns das Nações Unidas.

As pescas de pequenos pelágicos, como cavala, arenque, capelim e verdinho, e peixes brancos, como bacalhau, arinca, solha, linguado e tamboril, são identificadas neste estudo como as segundas mais afetadas pelas alterações climáticas.

A MSC é uma organização internacional sem fins lucrativos que contribui com padrões científicos para a pesca sustentável.

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