Existem comerciantes sem qualquer fonte de remuneração há quase dois meses.
A Federação Nacional das Associações de Feirantes (FNAF) considerou hoje "lamentável e vergonhoso" o anúncio do Governo de manter encerrados todos os mercados e feiras municipais devido à pandemia, classificando a decisão como discriminatória face à reabertura do comércio.
Na apresentação do plano de desconfinamento, no final do Conselho de Ministros, em Lisboa, o primeiro-ministro, António Costa, adiantou que "relativamente aos mercados e feiras municipais não houve nenhuma alteração", pelo que se mantêm as restrições que estavam em vigor.
"Nem temos previsto que seja até ao dia 01 de junho", afirmou António Costa, referindo-se à reabertura de feiras e mercados municipais, apesar de ressalvar que as medidas são reavaliadas de 15 em 15 dias.
Entre as mudanças apresentadas, que marcam o fim do estado de emergência, que cessa no sábado, e o início do estado de calamidade, está a possibilidade de o comércio local - cabeleireiros, manicures e similares, livrarias e comércio automóvel - retomar a atividade na segunda-feira e os restaurantes e cafés em 18 de maio.
Em declarações à Lusa, o presidente da FNAF disse que "é lamentável a discriminação e a tendência para os grandes grupos" económicos, indicando que os feirantes esperavam, "com alguma ansiedade", a reabertura de forma gradual das feiras e mercados municipais.
"Estamos completamente esquecidos, só somos reconhecidos para pagar os impostos e as taxas às autarquias, no restante continuamos esquecidos", declarou Joaquim Santos, referindo que o universo de feirantes em Portugal é de 25 mil pessoas e que muitas vezes se tratam de negócios familiares.
Segundo o representante dos feirantes, existem comerciantes sem qualquer fonte de remuneração há quase dois meses e os apoios que existem, através da Segurança Social, "são migalhas", com pessoas a receber entre 60 a 70 euros em março, embora não seja o mês total.
"É lamentável e vergonhoso, porque estamos a excluir pessoas, estamos a deixar para trás portugueses", acusou Joaquim Santos, acrescentando que os apoios do Governo aos feirantes são "uma mão cheia de nada".
Na semana passada, a FNAF enviou ao Governo informação sobre a disponibilidade dos feirantes retomarem a atividade com regras de proteção, nomeadamente o uso de viseiras, máscaras, luvas e gel desinfetante e o distanciamento entre tendas, pelo que tinham a convicção de que, pelo menos, as feiras mais pequenas poderiam reabrir.
"Estamos, neste momento, privados de fazer aquilo que mais gostamos, mas não vamos morrer com a força que temos. Podemos ficar alguns pelo caminho, mas vamos lutar para manter os mercados e feiras com a dignidade e a qualidade que até hoje fomos capazes de mostrar aos portugueses", reforçou Joaquim Santos.
O Conselho de Ministros aprovou hoje o plano de transição de Portugal do estado de emergência, que cessa no sábado, para a situação de calamidade, anunciou o primeiro-ministro, António Costa.
Portugal contabiliza 989 mortos associados à covid-19 em 25.045 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado quarta-feira.
Relativamente ao dia anterior, há mais 16 mortos (+1,6%) e mais 540 casos de infeção (+2,2%).
Das pessoas infetadas, 968 estão hospitalizadas, das quais 172 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.470 para 1.519.
Portugal vai terminar no sábado, 02 de maio, o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, que transitará para a situação de calamidade, com um plano de desconfinamento para continuar a combater a pandemia.
Devido ao fim de semana prolongado, o Governo decretou, entretanto, a proibição de deslocações entre concelhos de 01 a 03 de maio.
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